A produção de cacau na Indonésia enfrenta uma nova queda este ano, devido aos efeitos contínuos do fenômeno climático El Niño que afetou o país no ano passado. A informação foi divulgada pela Associação de Produtores de Cacau nesta quinta-feira.
A severa estação seca de 2023, a mais intensa desde 2019, foi provocada por um El Niño prolongado, resultando em secas que prejudicaram significativamente a produção agrícola, incluindo a de cacau.
“A produção ainda está sendo impactada pelo El Niño do ano passado, embora várias áreas de plantações tenham começado a apresentar rendimentos”, afirmou Arif Zamroni, chefe da Associação de Produtores de Cacau.
Estimativa de Produção e Recuperação
Arif estimou que a produção deste ano deve chegar a até 230.000 toneladas métricas, uma redução considerável em comparação com as 315.000 toneladas produzidas no ano passado. “Ainda estamos nos recuperando depois que o El Niño nos atingiu em outubro do ano passado, e a situação pode se estabilizar em junho”, acrescentou.
Declínio ao Longo dos Anos e Medidas de Recuperação
O Ministério da Indústria da Indonésia relatou que a produção de cacau do país tem diminuído a uma taxa de 8,3% ao ano no período de 2015 a 2023. Em resposta a esse declínio, a Indonésia planeja usar fundos provenientes da taxa de exportação de óleo de palma para financiar o desenvolvimento dos setores de cacau e coco.
Atualmente, o país impõe um imposto de exportação de 0 a 15% sobre os grãos de cacau, gerido pela Agência de Gestão de Fundos de Óleo de Palma (BPDPKS).
Expectativas e Apoio à Produção
Arif expressou otimismo em relação ao plano de financiamento, mas destacou a necessidade de apoio contínuo aos agricultores para garantir o sucesso na recuperação e aumento da produção. “Fico feliz em ouvir sobre isso, mas a indústria precisa fornecer apoio de longo prazo aos agricultores, além do financiamento, para ter sucesso no aumento da produção”, afirmou.
Desafios e Importações
Apesar de ter sido o quarto maior exportador mundial de produtos de cacau no ano passado, a Indonésia ainda precisou importar 62% dos grãos de cacau necessários para atender à demanda interna.
Esta situação reflete os desafios enfrentados pela indústria de cacau do país, que busca se recuperar dos impactos climáticos adversos e melhorar sua autossuficiência e competitividade no mercado global
Fonte: mercadodocacau
*com informações xm