Preço da commodity atingiu patamar histórico pela segunda vez nesta semana
Pela segunda vez nesta semana, os preços do cacau atingiram patamares históricos na bolsa de Nova York. Os lotes com entrega para maio subiram 5,26% na quinta-feira (14/3), para US$ 7.405 a tonelada.
Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios, lembra que os fundamentos de oferta no oeste da África ainda deverão manter o cacau em níveis históricos.
“Os dois principais produtores de cacau [Costa do Marfim e Gana] vêm com problemas na safra há quatro anos. Neste ano, o clima mais quente e seco impulsionou as projeções pessimistas com a colheita. Para piorar, o clima prejudicou parte da florada da safra intermediária, que tinha alguma esperança de trazer alívio para o mercado”, afirma.
Dados do governo local, divulgados pela Barchart mostram que a produção da safra intermediária na Costa do Marfim, que será colhida a partir de abril, deverá ser de 400 mil toneladas, um recuo de 33% se comparado com a safra 2022/23.
Delara pontua que a alta nos preços ainda não impactou a demanda, pois a indústria de chocolates, que tem como principal matéria-prima o cacau, acabou represando grande parte dos custos ao consumidor.
“A indústria ainda não repassou todo esse aumento expressivo do cacau, ainda que o preço do chocolate tenha subido 20% no Brasil e 12,5% nos EUA”, destaca.
O analista acrescenta que o mercado segue de olho na demanda, pois, segundo ele, apenas a redução da procura pode trazer alguma correção para a commodity no curto prazo.
“Diferente da soja e do milho, por exemplo, o cacau é uma cultura perene. Depois que se planta a árvore, não há como fazer uma renovação drástica dos cacaueiros. Talvez possamos ver alguma recuperação na oferta no ano que vem, se o clima ajudar as plantações no segundo semestre”.
Café
O café recuperou parte das perdas da última sessão na bolsa de Nova York, quando caiu quase 2%. Nesta quinta-feira, os papéis para maio fecharam em alta de 0,66%, para US$ 1,8385 a libra-peso.
Algodão
As demais commodities agrícolas negociadas em Nova York fecharam a sessão em queda. Foi o caso do algodão. Os contratos com vencimento para maio fecharam em baixa de 1,50%, a 93,48 centavos de dólar por libra-peso.
Suco de laranja
Nos negócios do suco de laranja na bolsa nova-iorquina, os lotes do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para maio fecharam em baixa de 1%, para US$ 3,6055 a libra-peso.
Açúcar
Sobre os preços do açúcar na bolsa, os papéis que vencem em maio fecharam em queda de 0,73%, a 21,77 centavos de dólar por libra-peso.
Fonte: Globo Rural