Embora o cacau africano continue valorizado, uma economia no continente está sendo atingida por um grande prejuízo. O ano de 2024 começa com uma forte deterioração da balança comercial de Gana, o segundo maior produtor de cacau, atrás da vizinha Costa do Marfim.

De fato, o cacau, principal riqueza de Gana, está passando por um período muito delicado. De acordo com os últimos dados do Banco Central de Gana (Banco de Gana-BoG), as receitas de exportação do grão precioso caíram quase 50% nos primeiros quatro meses (janeiro a abril) de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Este desempenho inferior, que está pesando sobre o comércio do país, deve-se principalmente à queda da produção ao nível do produtor. Esse déficit de oferta se deve ao desenvolvimento de doenças fúngicas, principalmente as das vagens pretas, que causam escurecimento e apodrecimento dessas vagens de cacau. As chuvas torrenciais que têm caído sobre as principais regiões produtoras, juntamente com episódios de seca extrema ligados ao fenômeno El Niño, também afetaram a produtividade.

A colheita de cacau de Gana na temporada 2023/2024, que termina em setembro, deve ficar entre 650.000 e 700.000 toneladas, em comparação com uma previsão inicial de 850.000 toneladas, de acordo com o Conselho de Cacau de Gana.

Esta colheita reduzida pesa significativamente na balança comercial de Gana. Esta é uma situação muito preocupante para a economia do país, que é altamente dependente do preço do cacau, enquanto a procura global poderá aumentar ainda mais nos próximos anos.

Fonte: journalagro