O cacau foi negociado com preços em forte queda na bolsa de Nova York. A demanda parece dar sinais de enfraquecimento em meio a preços históricos, mas a volatilidade permanece no mercado. Nesta segunda-feira (17/6), os contratos para julho recuaram 6,17%, para US$ 9.659 a tonelada.
Leonardo Rossetti, analista de inteligência de mercado da StoneX, comenta que a moagem de cacau na Costa do Marfim caiu 30% em maio. Esse dado, usualmente, teria peso para forçar uma queda nas cotações. Mas o cenário de oferta no maior produtor mundial torna difícil qualquer leitura, segundo ele.
“No passado, esse dado de moagem poderia indicar uma queda na demanda. Mas não dá para afirmar se é isso, ou se o número reflete um problema com a disponibilidade”. diz.
Ainda em termos de demanda, Rossetti cita dados de uma pesquisa que indica uma queda de 10% na procura por produtos de chocolate no mercado varejista dos Estados Unidos durante o mês de abril.
“O consumo pode estar dando sinais de que está enfraquecendo. O mercado está muito atento aos indicativos do varejo. Mas é preciso aguardar os dados de moagem do segundo trimestre para confirmar se de fato a demanda está cedendo”, ressalta Rossetti.
Após atingir um pico próximo de US$ 12 mil a tonelada em abril, o analista da StoneX acha difícil os preços futuros tentarem alcançar esse patamar novamente.
“O preço não testou novo recorde após revisão no déficit global. O clima para a próxima safra no oeste da África está dentro do normal, então não me parece haver muito fundamento para a cotação subir muito mais. Além disso, o patamar atual é historicamente alto, e está bem precificado em meio a um quadro de déficit”, destaca.
Café
O café se valorizou nesta segunda, com agentes de mercado em compasso de espera. Os contratos para julho subiram 1,34%, para US$ 2,2715 a libra-peso.
Leonardo Rossetti, da StoneX, lembra que os problemas de rendimento com a colheita da safra brasileira em 2024/25 dão sustentação aos valores futuros. Mas para esta semana, as atenções estarão voltadas para os dados de oferta e demanda mundial, que serão divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) na próxima quinta-feira (20/6).
“Dados parciais do órgão apontam que a produção mundial deverá crescer em 2024/25. Haverá um superávit. A dúvida que fica é para saber qual será o tamanho do consumo. Esse número vai influenciar as cotações em Nova York”, explica Rossetti.
De acordo com ele, os investidores aguardam os números sobre importações de regiões como Estados Unidos e Europa, onde os níveis de consumo estão aquém do ideal, e nem o crescimento da compras chinesas é capaz de suprir essa lacuna.
Suco de laranja
No mercado do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ), os contratos com vencimento para julho fecharam em alta de 1,61% em Nova York, cotados a US$ 4,2920 por libra-peso.
Açúcar
Os preços futuros do açúcar caíram 2,32% na bolsa de Nova York, cotados a 18,98 centavos de dólar a libra-peso.
Algodão
Por fim, nos negócios do algodão na bolsa, os contratos para julho fecharam em baixa de 1,45%, para 69,94 centavos de dólar por libra-peso.
Fonte: Globo Rural