Um estudo da Universidade de Tulane concluiu que chocolates produzidos a partir de cacau asiático e da África Ocidental apresentam níveis mais baixos de cádmio e chumbo, metais pesados tóxicos, em comparação com outras regiões. Esta pesquisa foi motivada por preocupações recentes sobre a presença de contaminantes nos produtos de cacau, levantadas por relatórios de 2022 e 2023 da Consumer Reports.
Os pesquisadores analisaram 155 amostras de chocolate vendidas nos EUA, provenientes de diferentes regiões do mundo, e avaliaram a presença de 16 elementos, incluindo cádmio, chumbo, arsênio e urânio. As amostras foram obtidas de marcas conhecidas como Alter Eco, Beyond Good, Ghirardelli, Hershey, Lindt, entre outras. As origens do cacau foram classificadas em cinco grandes regiões: África Ocidental, América do Sul, Ásia-Pacífico, América Central e África Oriental, além de cacau de origem mista e algumas amostras com origem desconhecida.
Os resultados mostraram que os chocolates amargos (com 50% ou mais de teor de cacau) da América Central e do Sul apresentaram os níveis mais altos de cádmio, enquanto a América do Sul também mostrou altos níveis de chumbo. Por outro lado, amostras da África Ocidental e da Ásia apresentaram níveis significativamente mais baixos desses metais. A análise sugeriu que a contaminação por chumbo e urânio poderia ocorrer após a colheita, enquanto cádmio e níquel estavam mais associados ao teor de cacau.
Os níveis de cádmio variaram de 0,3 a 843 microgramas por quilograma (μg/kg), com a maior concentração encontrada em chocolates de 100% cacau da Colômbia, seguidos por amostras do Vietnã e do México. Apenas a amostra colombiana excedeu o limite máximo de cádmio estabelecido pela Comissão Europeia (800 μg/kg). Já os níveis de chumbo variaram de 1,9 a 632 μg/kg, com os maiores valores em chocolates da Venezuela e do Peru, excedendo o nível provisório da Califórnia para chocolates com 65% a 95% de teor de cacau.
Embora a maioria das amostras estivesse dentro dos níveis de segurança da EPA, algumas ultrapassaram os limites seguros para crianças, especialmente no que diz respeito ao cádmio e à combinação de metais pesados. Quatro amostras excederam o quociente de perigo (HQ) para cádmio, e 33 amostras de chocolate amargo excederam o índice de perigo (HI) cumulativo para cádmio, chumbo, níquel, arsênio e urânio, representando riscos potenciais não cancerígenos para crianças.
Além disso, os pesquisadores identificaram que os chocolates amargos continham quantidades significativas de cobre, ferro, magnésio, manganês e zinco, que podem limitar a biodisponibilidade do cádmio e do chumbo, reduzindo potencialmente os riscos associados a esses metais.
Em conclusão, o estudo indica que, enquanto a maioria dos chocolates avaliados são seguros para o consumo adulto, a origem do cacau e os níveis de metais pesados variam, destacando a importância de monitorar esses contaminantes, especialmente para proteger a saúde das crianças.
Fonte: food-safety
2 Comments
acho muito estranho tudo isto, parece que, vista a dificuldade da África de produzir cacau, devido aos recentes problemas, estão tentando de manipular a situação para não favorecer mas pelo contrário destruir, a reputação de Países que sempre produziram cacau excelente, um deste é o Brasil. Infelizmente a política entra em cada lugar! é importante portanto salientar que na África se utiliza trabalho escravo e infantil e ai da mais não pagam o valor international do cacau. Escrevo para quem quer saber a verdade neste tipo de comodite, cujo mercado das multinacional moedora é produtora do cacau!!!! Gostaria de dizer que nunca fiz este comentário, mas não estão me permitindo de enviá-lo
Faltou dizer se tais elementos foram adquiridos nos processos de transformação tecnológica, ou se estão presentes por assimilação das plantas. Ou se na composição do cacau esses elementos são parte da estrutura.