Cacau sobe 6% em Nova York ainda pautado por restrição de oferta

O cacau retomou o caminho das altas na bolsa de Nova York, depois de cair quase 5% na última sessão. Os contratos para setembro, os mais líquidos no momento, subiram 6,79% nesta terça-feira (2/7), para um valor de US$ 7.788 a tonelada.

As cotações ainda são direcionadas por projeções pessimistas para a oferta mundial da commodity, que deve enfrentar o terceiro déficit global consecutivo na temporada 2023/24, segundo Rafael Machado Borges, analista de gestão de risco da StoneX.

“Da mesma forma que vimos uma queda expressiva nos preços do cacau em maio, agora esperamos novamente uma correção. O fundamento principal do mercado, a oferta, não tem como mudar no curto prazo, então qualquer recuo mais agressivo deve ser contornado. Isso só reforça o quadro de incerta para a produção”, analisa Borges.

Para ele, os dados de moagem de cacau nas principais regiões consumidoras, que serão divulgados na próxima semana, podem dar um novo direcionamento às cotações, especialmente se não houver surpresas, a exemplo do que aconteceu em abril, quando os dados de processamento vieram acima das expectativas de mercado.

“Dificilmente haverá surpresas em termos de demanda. Com a alta dos preços nos últimos meses, já é esperado uma diminuição na procura por cacau, com muitas indústrias substituindo a matéria-prima, ou até mesmo reduzindo o uso em alguns produtos. Isso ganha força quando olhamos estimativas de algumas casas, que preveem redução de 6% na moagem global para esta safra 2023/24”, comenta.

Café

A sessão em Nova York foi de alta para os valores do café arábica. Os contratos mais líquidos, com entrega para setembro, subiram 1,09%, para US$ 2,2730 a libra-peso.

Análise do site Barchart mostra que os preços receberam suporte de condições mais secas do que o normal em áreas produtoras de café do Brasil. A Somar Meteorologia relatou que a região de Minas Gerais não recebeu chuva na semana passada pela quarta semana consecutiva. O Estado responde por cerca de 30% da safra de arábica do Brasil.

Suco de laranja

O preço do suco de laranja disparou. Os lotes do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para setembro subiram 4,08%, cotados a US$ 4,3845 por libra-peso.

Agências internacionais disseram que a passagem do furacão Beryl, que neste momento atinge áreas do Caribe, é uma preocupação para os pomares da Flórida, Estado que mais produz laranjas nos EUA.

A temporada de furacões, que se estende até setembro, geralmente traz reflexos para os preços do suco na bolsa.

Açúcar

Os papéis do açúcar demerara para outubro fecharam em alta de 1,88%, a 20,61 centavos de dólar por libra-peso.

Algodão

Apenas o algodão fechou a sessão com preços em baixa na bolsa nova-iorquina. Os contratos para setembro recuaram 1,02%, a 71,50 centavos de dólar por libra-peso.

Fonte: Globo Rural

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