O cacau registrou forte alta pelo segundo dia consecutivo na bolsa de Nova York. Nesta terça-feira (20/8), os contratos com entrega para dezembro fecharam em alta de 4,12% (ontem a valorização foi de 3,54%), negociados a US$ 7.640.
À reportagem, Ricardo Gomes, agrônomo e gerente de Desenvolvimento Territorial do Instituto Arapyaú, disse que devido à escassez de cacau no mundo, os preços podem subir ainda mais no mercado externo.
“As cotações vão ficar nesse patamar entre US$ 7 mil e US$ 9 mil, pois ainda não temos áreas para substituir o que deixou de ser produzido na África. As áreas tradicionais de produção estão exauridas e não houve investimento para recuperação das árvores”, afirma Gomes.
O oeste africano responde por cerca de 70% da produção de cacau no mundo. Mas problemas climáticos e perdas relacionadas com doenças fúngicas derrubaram a oferta na Costa do Marfim e em Gana, os dois maiores fornecedores mundiais.
Ainda de acordo com ele, para que haja alguma acomodação nos valores futuros, é necessário que outras regiões no mundo tenham condições de atender a demanda pelo produto. Nesse sentido, o Brasil pode contribuir para o fim de um quadro deficitário no futuro.
“O Brasil tem um grande potencial de produção, podendo sair de 220 mil toneladas para algo em torno de 1 milhão em pelo menos cinco anos”, observa.
Por fim, as condições climáticas na Costa do Marfim ajudam a alimentar a valorização em bolsa. Até o último dia 11/8, a precipitação média acumulada em 30 dias no país somava 30,2 milímetros, menos da metade da média dos últimos dez anos, de 74,9 milímetros, segundo números compilados pelo Centro de Inteligência de Mercado da Stonex.
Café
Os contratos futuros do café arábica registraram alta na bolsa, acompanhando as preocupações com as condições climáticas para o desenvolvimento da safra 2023/24. Os papéis mais negociados, com vencimento em setembro, subiram 1,7%, cotados a US$ 2,4415 por libra-peso.
A alta nos preços do café robusta, negociado na bolsa de Londres, também beneficia a valorização do arábica. Relatos de estiagem severa e baixa umidade nas plantações aumentam o temor com a redução na oferta global da commodity, gerando impacto direto na cotação de Nova York.
Açúcar
O preço do açúcar caiu acompanhando as previsões de maior oferta da commodity na temporada 2024/24. Os papéis mais negociados, com vencimento em outubro, encerraram a sessão cotados a 17,52 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 2,5%.
De acordo com a trading Czarnikow, a produção global de 2024/25 será de 8,8 milhões de toneladas acima da demanda projetada para o período, o que contribui para pressionar o mercado. Só na Índia, a expectativa é de uma produção 2,2 milhões de toneladas maior, com 33,7 milhões de toneladas.
Algodão
O algodão se valorizou em Nova York, refletindo o apetite por risco dos investidores, alimentado pela expectativa de redução na taxa de juros dos EUA. Os papéis para dezembro avançaram 0,96%, para 69,34 centavos de dólar por libra-peso.
Suco de laranja
Já o suco de laranja fechou a sessão em leve queda. Os papéis para novembro caíram 0,06%, para US$ 4,4310 a libra-peso.
Fonte: Globo Rural