O Conselho de Cacau de Gana (COCOBOD) está sob intensa crítica após anunciar que abandonará a prática de tomar empréstimos de bancos estrangeiros para a safra de cacau 2024/2025. A decisão, que entrará em vigor a partir de setembro deste ano, foi fortemente contestada pela minoria no Parlamento, que a classificou como uma medida “falsa, sem mérito, artificial e salvadora de aparências”.

Joseph Boahen Aidoo, CEO do COCOBOD, declarou que a nova abordagem visa economizar aproximadamente US$ 150 milhões, reduzindo a dependência de fundos externos. Nos últimos 32 anos, o COCOBOD utilizou empréstimos offshore para financiar a compra de cacau por meio de seu programa de distribuição, o que, segundo Aidoo, se tornou insustentável.

Entretanto, a mudança não foi bem recebida pela oposição. O líder da minoria, Dr. Cassiel Ato Forson, expressou sérias dúvidas sobre a credibilidade do COCOBOD e sugeriu que a decisão é uma tentativa de encobrir problemas mais profundos na gestão da organização. Forson argumentou que a prática de obter empréstimos internacionais tem sido uma tradição confiável que fortaleceu a economia ganense ao fornecer divisas estrangeiras necessárias para sustentar o Cedi de Gana. Ele criticou duramente a administração atual do governo Akufo-Addo/Bawumia, acusando-a de destruir essa tradição vital.

A oposição no Parlamento destacou ainda que o setor de cacau do país está em crise e exige uma nova liderança e gestão competente para reverter o declínio. Eles acusaram o governo de má administração, apontando para sete anos de queda na produção e perdas consecutivas como evidência de incompetência.

“Após sete anos de declínio na produção e perdas consecutivas, o governo mostrou claramente que não tem competência para administrar o setor de cacau que, desde a independência, tem sido o esteio da economia ganense”, disse a minoria em um comunicado. Além disso, revelaram que, em junho de 2024, bancos internacionais rejeitaram um pedido do COCOBOD por um empréstimo de pré-pagamento para financiar a compra de cacau, exacerbando ainda mais a crise no setor.

Enquanto a polêmica continua, a incerteza sobre o futuro do setor de cacau do Gana lança uma sombra sobre uma indústria que tem sido central para a economia do país por décadas.

Fonte: mercadodocacau com informações modernghana