Os futuros do cacau registraram uma queda pelo terceiro dia consecutivo, impulsionados por previsões de chuvas na África Ocidental, recuando de um rali que durou uma semana e foi alimentado por preocupações com o clima seco nos principais países produtores, como Costa do Marfim e Gana.
Segundo a previsão meteorológica da Maxar, chuvas moderadas a fortes foram registradas no oeste da Costa do Marfim na quarta-feira, enquanto outras regiões do país tiveram chuvas leves e isoladas. O início da colheita é aguardado para o próximo mês, e os agricultores da Costa do Marfim esperam que o volume e a duração das chuvas nas próximas semanas determinem a quantidade da safra. “Os produtores gostariam de ver mais chuvas no sul, mas isso pode levar mais uma semana, o que pode deixar as regiões do sul estressadas”, observou Mark Bowman, analista sênior de mercado global da ADM Investor Services.
A recente queda no mercado foi significativa. O contrato mais ativo de cacau caiu até 2,4% na Bolsa de Nova York, sinalizando um possível declínio semanal de 2,7%. Apesar dessa correção, os preços do cacau ainda acumulam uma alta de mais de 80% ao longo do ano. Esse aumento foi impulsionado principalmente por preocupações relacionadas ao clima seco, à propagação de doenças nas plantações e à falta de fertilizantes, fatores que têm impactado negativamente a produção na região produtora.
Essas preocupações com o clima e a produção levaram o regulador da indústria de Gana a reduzir a meta de colheita do país para a safra 2024-2025 em 20%, destacando a gravidade da situação. A decisão reflete a realidade de um mercado cada vez mais volátil, onde as condições meteorológicas desempenham um papel crucial na determinação dos preços e na estabilidade do fornecimento global de cacau.
Enquanto os produtores aguardam ansiosamente as chuvas e monitoram o impacto climático na colheita, o mercado de cacau continua a oscilar, com os investidores cautelosos quanto aos desafios futuros que a indústria pode enfrentar.
Fonte: mercadodocacau com informações bloomberg