O Conselho do Cacau de Gana (COCOBOD) anunciou um plano robusto para combater o crescente contrabando de cacau nas fronteiras do país. De acordo com o CEO da COCOBOD, Joseph Boahen Aidoo, a organização está mobilizando apoio militar para conter essa prática ilegal, que tem aumentado de forma significativa nos últimos meses. O anúncio foi feito durante um encontro com jornalistas no GNAT Hall, em Kumasi.
Aidoo destacou que o COCOBOD já solicitou formalmente ao Ministério da Defesa a intervenção de tropas militares, reforçando que, além da polícia, outras forças de segurança também estão sendo acionadas para colaborar na iniciativa. Segundo ele, recentemente houve prisões de indivíduos envolvidos no transporte ilegal de cacau em caminhões-tanque disfarçados de transporte de combustível, o que evidenciou a sofisticação da rede de contrabando.
Reforço militar necessário
Aidoo ressaltou a importância da presença militar nas zonas agrícolas para evitar o colapso da indústria de exportação de cacau de Gana. Ele destacou que, além de proteger os produtores locais, essas medidas são essenciais para garantir que o país cumpra suas metas de exportação internacional. “Estamos prontos para garantir que nosso cacau seja protegido de todas as formas possíveis”, afirmou Aidoo.
O COCOBOD também confirmou que, como parte do plano de contenção, está patrocinando uma campanha nacional com o objetivo de conscientizar a população sobre os danos causados pelo contrabando de cacau.
Regulamentações da UE e preocupações ambientais
Além de questões internas, Aidoo aproveitou a ocasião para tranquilizar os produtores de cacau sobre a nova regulamentação da União Europeia (UE) referente ao desmatamento, que entrará em vigor em 30 de dezembro de 2024. A legislação europeia, que já começou a ser implementada em junho de 2023, exige que empresas comercializadoras de cacau, café, dendê, borracha, soja e outros produtos agrícolas garantam que suas cadeias de produção estejam livres de impactos de desmatamento após 31 de dezembro de 2020.
Essa regulamentação tem gerado receio entre produtores, que temem que suas exportações sejam comprometidas. Contudo, Aidoo assegurou que Gana está preparada para atender a esses requisitos rigorosos, afirmando que o país já desenvolveu um sistema de rastreamento que permite identificar a origem do cacau exportado, de modo a assegurar a conformidade com as novas normas da UE.
Gana, líder em sustentabilidade
Aidoo destacou com orgulho que Gana é o único país produtor de cacau na África com um sistema de rastreabilidade abrangente, capaz de monitorar a origem do cacau e garantir que ele seja cultivado de forma sustentável. “Isso não só nos coloca em vantagem competitiva, mas também demonstra nosso compromisso com a preservação do meio ambiente”, concluiu.
Com esse novo conjunto de medidas, o COCOBOD espera mitigar as perdas financeiras, fortalecer a indústria local e garantir que o cacau ganense continue sendo um produto-chave no mercado global.
Fonte: mercadodocacau com informações ghanaweb