A Costa do Marfim, maior produtora de cacau do mundo, deu um importante passo para impulsionar sua indústria de cacau ao conceder licenças de exportação a 106 empresas e cooperativas para a temporada de 2024/25. Esse número marca um aumento significativo em comparação às 92 licenças concedidas na temporada anterior, de acordo com um documento do Conselho de Café e Cacau (CCC) visto pela Reuters na última quarta-feira.
O aumento no número de empresas licenciadas reflete o esforço do país em tornar o setor do cacau mais competitivo e acessível, além de diversificar a lista de exportadores e cooperativas autorizadas a participar do mercado global. Entre as empresas aprovadas estão alguns dos maiores comerciantes e fabricantes de chocolate do mundo, como Olam, CEMOI, Barry Callebaut, Touton, Sucden, Nestlé e Cargill.
Expansão da Indústria
Com a expansão das licenças de exportação, a Costa do Marfim reafirma sua posição de liderança no mercado mundial do cacau, ao mesmo tempo em que promove maior inclusão e participação de empresas locais e cooperativas de agricultores. Essa ampliação visa beneficiar principalmente os pequenos produtores, que são fundamentais para o cultivo de cacau no país, garantindo-lhes acesso direto ao mercado internacional e melhores condições de negociação.
O Conselho de Café e Cacau (CCC), órgão regulador responsável pela gestão do setor, divulgou uma lista abrangente dos novos exportadores e cooperativas que poderão comprar e exportar os grãos e produtos derivados do cacau durante esta temporada. A lista inclui desde empresas multinacionais a cooperativas locais, promovendo uma diversidade de agentes que contribuem para a força econômica da Costa do Marfim.
Empresas Licenciadas
Entre as 106 empresas licenciadas, destacam-se grandes nomes da indústria mundial do cacau e do chocolate, como:
- Olam Processing de Cacau CI SA: conhecida por sua forte presença no mercado agrícola global.
- Barry Callebaut Negoce SA: uma das maiores fabricantes de chocolate e produtos de cacau do mundo.
- Cargill Cacau SARL: multinacional americana reconhecida pela atuação no comércio de commodities agrícolas.
- Nestlé CI SA: parte da gigante alimentícia suíça, uma das marcas mais conhecidas de chocolate.
Essas grandes empresas se juntam a diversos exportadores locais, como Beanco Marfim SAS, Sacco SA, e Sucden CI SA, mostrando a força e diversidade do mercado de cacau na Costa do Marfim.
Papel das Cooperativas
Além das grandes empresas, as cooperativas locais também tiveram papel fundamental neste processo de licenciamento. As cooperativas são essenciais para organizar pequenos produtores e garantir que eles tenham acesso ao mercado de exportação, oferecendo melhores condições de negociação e fortalecendo suas comunidades.
Entre as cooperativas autorizadas destacam-se:
- CAADA COOP CA: que representa uma rede de pequenos agricultores, promovendo práticas agrícolas sustentáveis.
- CAYAT COOP CA: conhecida pela produção de cacau de alta qualidade e pelo apoio ao desenvolvimento comunitário.
- ECOOKIM COOP CA: uma das maiores cooperativas da região, responsável por grande volume de produção de cacau.
Essas cooperativas têm desempenhado um papel importante na promoção da sustentabilidade e na melhoria das condições de vida dos agricultores, ao conectá-los diretamente com os mercados globais e facilitar o acesso a certificações e melhores práticas agrícolas.
Impacto Econômico
A concessão de mais licenças para exportação de cacau deve aumentar a competitividade do setor e, consequentemente, a renda dos produtores. Com um mercado de exportação mais aberto e diversificado, a Costa do Marfim está se posicionando para enfrentar melhor as flutuações dos preços internacionais do cacau, garantindo mais estabilidade para sua economia e para os milhares de trabalhadores que dependem dessa indústria.
O aumento no número de licenças concedidas, de 92 na temporada passada para 106 nesta nova fase, é um reflexo do compromisso do governo marfinense em desenvolver seu setor agrícola, buscando assegurar que os benefícios da produção de cacau sejam amplamente distribuídos entre todos os envolvidos na cadeia de valor.
A ampliação das licenças de exportação de cacau na Costa do Marfim é um movimento estratégico que deve fortalecer ainda mais o país como líder mundial na produção de cacau. A inclusão de grandes multinacionais, bem como de cooperativas locais, mostra uma abordagem equilibrada entre o fortalecimento de grandes empresas e o suporte aos pequenos produtores, promovendo um crescimento mais justo e sustentável para o setor.
O desafio agora é garantir que essa expansão traga benefícios reais para os produtores locais, aumentando a sustentabilidade e melhorando as condições de vida daqueles que estão na base da cadeia produtiva do cacau. Com a participação de empresas globais e cooperativas, a Costa do Marfim tem uma oportunidade única de moldar um setor mais inclusivo e resiliente.
Fonte: mercdodocacau
*com informações reuters