Por: Claudemir Zafalon
Nesta terça- feira (05/11) o mercado de cacau registra uma reversão de tendência, com o dólar fortalecido frente a outras moedas, o que está contribuindo para uma pressão vendedora sobre o grão. Esse movimento ocorre em meio a condições climáticas favoráveis na Costa do Marfim, maior produtora mundial de cacau, onde o tempo mais seco facilita a colheita, secagem e transporte dos grãos até os portos.
Relatórios locais apontam que a melhoria do clima está permitindo uma colheita mais ágil e eficiente, com um fluxo maior de grãos chegando aos portos. O governo da Costa do Marfim divulgou que, até hoje, 3 de novembro, as entradas de cacau nos portos do país somaram 365.072 toneladas, superando as 288.686 toneladas registradas no mesmo período do ano anterior. Esse aumento reflete uma temporada produtiva e reforça a oferta de cacau no mercado internacional.
Ao mesmo tempo, os estoques de cacau certificados nos armazéns do ICE (Intercontinental Exchange) nos EUA estão em baixa histórica, com apenas 1.747.511 sacas, o menor volume em 19 anos. Esse nível reduzido de estoques destaca uma demanda crescente e escassez do produto nos mercados ocidentais, o que pode intensificar a volatilidade dos preços nas próximas semanas.
Com a combinação de um dólar forte, clima seco na Costa do Marfim e baixos estoques nos EUA, o cenário para o cacau permanece desafiador e potencialmente volátil. Enquanto os produtores marfinenses se beneficiam do clima para impulsionar a colheita e a exportação, os investidores monitoram de perto o impacto das flutuações cambiais e da forte demanda sobre os preços globais do cacau.
Fonte: mercadodocacau