Por: Claudemir Zafalon
O mercado de cacau tem vivido um cenário de volatilidade crescente, impulsionado por fatores como a baixa liquidez e a aproximação das entregas físicas do contrato de dezembro, que começam no próximo dia 22 de novembro. Esta dinâmica tem levado a uma intensa oscilação nos preços, refletindo uma situação desafiadora tanto para traders quanto para consumidores da matéria-prima.
Além das questões de mercado, o estoque certificado de cacau nos armazéns da ICE, nos portos dos EUA, atingiu seu menor nível em 19 anos, com um total de 1.728.817 sacas. A baixa nos estoques adiciona pressão aos preços, tornando o cenário ainda mais incerto e desafiador para a indústria.
Apesar de uma expectativa de melhora na safra atual, a fabricante suíça de chocolate Barry Callebaut não prevê uma queda significativa nos preços. Em comunicado nesta quarta-feira, a empresa alertou que, embora os resultados possam superar os do ano passado, o mercado não deve retornar aos níveis de preço registrados na temporada 2022/2023.
O impacto global da inflação também afeta o mercado de cacau. Gana, o segundo maior produtor mundial da commodity, enfrenta uma alta inflação, que alcançou 22,1% em outubro, ante 21,5% em setembro, marcando o nível mais alto desde junho. O aumento é influenciado pelo setor de alimentos e outras áreas da economia. A crise econômica do país, que também extrai ouro e petróleo, intensifica os desafios para a indústria de cacau local e internacional.
Essas questões reforçam o cenário de alta volatilidade para o cacau, com implicações para toda a cadeia de produção e consumo de chocolate. Observadores do mercado recomendam atenção, já que a combinação de estoques baixos, pressões econômicas e incertezas de mercado podem influenciar os preços da commodity nas próximas semanas.
Fonte: mercadodocacau