Produtores de cacau da Nigéria buscam apoio governamental para fortalecer sustentabilidade e competitividade no mercado europeu

Os produtores de cacau da Nigéria, o país mais populoso da África, estão clamando por um suporte financeiro substancial do governo federal para atender às demandas da nova legislação europeia sobre desmatamento, o Regulamento de Desmatamento da União Europeia (EUDR). A medida visa garantir práticas sustentáveis na produção de cacau, um setor vital para a economia agrícola nigeriana.

A Associação de Produtores de Cacau da Nigéria (CFAN) solicitou que o governo reforce o financiamento e amplie a atuação do Comitê Nacional de Gestão do Cacau (NCMC). Criado em agosto de 2022, o NCMC tem como missão regular a produção e assegurar a conformidade com os padrões europeus estabelecidos pelo EUDR. Esse comitê foi implementado após pressão dos pequenos produtores, que vinham pedindo há anos por uma regulamentação mais firme no setor de cacau, que tradicionalmente opera em um mercado livre.

Alta nos preços globais e fraqueza do naira impulsionam exportações

De acordo com o relatório de comércio exterior do país, as exportações de cacau tiveram um aumento de 304% no primeiro trimestre de 2024, graças ao aumento dos preços globais e à desvalorização do naira. As exportações de cacau responderam por 42,4% do total das exportações agrícolas, atingindo um valor de N438,7 bilhões, um salto expressivo em comparação aos N108,6 bilhões no mesmo período de 2023. Este aumento representou um ganho histórico para os produtores nigerianos, que agora competem em rentabilidade com os maiores produtores mundiais da Costa do Marfim e Gana.

Sustentabilidade e regulamentação: desafios para um mercado mais competitivo

O presidente nacional da CFAN, Adeola Adegoke, apontou que, apesar dos avanços proporcionados pelo NCMC desde sua criação, o comitê enfrenta limitações devido ao baixo orçamento. Essas restrições impedem a implementação plena de iniciativas cruciais, como controle de qualidade, gestão de contratos, combate ao trabalho infantil, reflorestamento e capacitação dos agricultores. Além disso, sem o apoio adequado, o NCMC luta para avançar em programas de agroflorestamento, rastreabilidade e adaptação às mudanças climáticas.

“O financiamento insuficiente continua a afetar nossas operações e a sustentabilidade da produção”, declarou Adegoke. “É fundamental que o governo apoie o NCMC para garantir que a Nigéria continue a crescer no mercado internacional, atendendo às regulamentações ambientais.”

Apelo ao presidente e governadores estaduais

O CFAN apelou ao presidente Bola Tinubu, aos governadores dos estados produtores e a outros interessados na indústria do cacau nigeriano para que aprovem financiamento e suporte legal ao NCMC. Essa medida é vista como essencial para evitar uma regressão no setor e permitir que o país aproveite os ganhos atuais com os preços elevados do cacau. Para os produtores, a sustentabilidade e a conformidade com o EUDR são cruciais não só para manter o acesso ao mercado europeu, mas também para atrair a próxima geração de agricultores ao setor.

A sustentabilidade e o fortalecimento do setor de cacau da Nigéria se tornaram prioridades estratégicas, e o apoio do governo será determinante para que o país conquiste seu espaço no mercado global de maneira competitiva e sustentável.

Fonte: mercadodocacau com informações businessday

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