Cacau oscila sem direção clara refletindo dúvidas sobre safra no Oeste Africano.

Entre os dias 1 e 8 de novembro, o preço do cacau no mercado futuro apresentou flutuações pouco definidas, com a maioria dos contratos fechando o período em alta moderada. Em Nova Iorque, o contrato mais negociado (março/2024) encerrou a semana com valorização de 0,5%, cotado a 6.987 USD/ton. Em Londres, o mesmo contrato avançou 3,3% no período, fechando em 5.616 GBP/ton.

A variação semanal mista reflete uma falta de direcionamento claro nas cotações, influenciadas especialmente por novas informações sobre o desenvolvimento da safra 2024/25 na Oeste Africano. Por um lado, o bom início das entregas semanais de amêndoas na Costa do Marfim, aliado a relatos favoráveis de produtores e autoridades locais sobre o andamento da safra, trouxe um certo alívio quanto às preocupações com a oferta do produto. Por outro lado, o aumento expressivo das chuvas desde setembro reacendeu o alerta entre investidores quanto aos possíveis impactos de desequilíbrios climáticos na produção, em um contexto de escassez global e fragilidades estruturais evidentes entre os produtores locais.

Do ponto de vista macroeconômico, fatores como a variação cambial e o desempenho do mercado de commodities tiveram influência limitada. No período, o Dollar Index (DXY) valorizou-se 0,7%, enquanto o Índice CRB de commodities avançou 0,9%. Embora a valorização de ativos do setor de commodities possa ter contribuído de forma marginal para a alta observada no mercado de cacau, o movimento parece ter sido majoritariamente impactado pela própria dinâmica do mercado da commodity, refletindo incertezas do lado da oferta.

Anomalia de precipitação de 30 dias no Oeste Africano (mm)*