Após alta histórica, preços registram correção

Por: Claudemir Zafalon

Depois de dias marcados por altas acentuadas e recordes históricos, o mercado do cacau registrou uma leve desvalorização nesta segunda-feira, com os contratos futuros para março de 2025 sendo negociados a US$ 11.900 por tonelada, uma queda de 0,45%.

Essa retração reflete o esforço do mercado para estabilizar as cotações após um período de forte valorização, que trouxe desafios para a indústria do chocolate, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. Esses mercados, que apresentam alta demanda sazonal com a proximidade do Natal, enfrentam dificuldades devido ao impacto dos preços elevados da matéria-prima, conforme destaca uma análise do site Barchart.

Contexto de Alta e Escassez

Apesar da queda recente, o cenário geral do cacau em 2024 continua marcado por uma trajetória de alta impressionante. Os preços quase triplicaram ao longo do ano devido à produção severamente afetada por condições climáticas adversas na África Ocidental, região que concentra cerca de 70% da produção mundial. Além disso, a baixa liquidez no mercado futuro e a redução de posições abertas contribuíram para a volatilidade extrema, elevando os preços a máximas históricas.

Com os contratos futuros atingindo quase US$ 13.000 por tonelada na semana passada, a pressão sobre os fabricantes de chocolate se intensificou. Muitas empresas que aguardavam quedas nos preços agora enfrentam a necessidade de adquirir cacau a valores recordes, alimentando ainda mais a alta do mercado.

Impactos na Indústria

A volatilidade no mercado de cacau está pesando especialmente sobre as indústrias dos Estados Unidos e da Europa, principais polos consumidores de chocolate. Fabricantes de chocolate, que hesitaram em proteger estoques a preços mais baixos anteriormente, agora correm para adquirir matéria-prima em meio à instabilidade. Essa dinâmica tornou o mercado ainda mais vulnerável, com oscilações violentas que dificultam o planejamento de longo prazo.

Enquanto isso, a Costa do Marfim, maior produtora mundial, registrou remessas 33% superiores ao ritmo da temporada passada. No entanto, analistas alertam que esse aumento é “enganoso”, já que a base de comparação do ano anterior foi excepcionalmente baixa.

Perspectivas para o Mercado

Embora a recente correção nos preços possa aliviar temporariamente a pressão sobre os compradores, o mercado continua vulnerável a fatores climáticos, doenças nas plantações e déficits de produção. Com a chegada de 2025, tanto traders quanto fabricantes estarão atentos aos desdobramentos nas safras africanas e às tendências globais de demanda, em busca de maior equilíbrio em um mercado marcado por incertezas.

Fonte: mercadodocacau

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1 Comment

  1. O estado do Pará está fazendo altos investimentos em projetos e produção de cacau

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