Cacau recua na semana anterior aos dados globais de moagem
Na semana passada, entre os dias 3 e 10 de janeiro, os preços futuros de cacau reverteram a tendência de alta registrada na semana anterior, encerrando o período em baixa. Em Nova Iorque, o contrato mais ativo (março/25) apresentou recuo de 5,9%, encerrando a sessão a 10.570 USD/tonelada. Em Londres, o contrato equivalente sofreu uma desvalorização de 4,9%, fechando a semana a 8.580 GBP/tonelada.
A desvalorização semanal interrompe a trajetória de valorização iniciada em outubro de 2024, quando irregularidades climáticas e o início da estação seca impulsionaram uma nova escalada nos preços, levando-os a atingir os maiores valores nominais históricos. Desde o pico dessa alta, em 18 de dezembro, até a última sexta-feira (10), o contrato mais ativo em Nova Iorque acumulou uma queda de aproximadamente 16%. Ainda assim, os preços permanecem em níveis elevados, situando-se cerca de 70% acima dos valores registrados no início da mais recente tendência de alta, em outubro.
Nas últimas semanas, os contratos futuros de cacau têm apresentado volatilidade particularmente acentuada. Entre os possíveis fatores que podem explicar esse comportamento, analistas destacam o rebalanceamento de carteiras por parte de fundos de investimento, prática comum nesse período do ano e que pode estar influenciando a dinâmica de algumas commodities. Além disso, a proximidade da divulgação de dados de moagem nas principais regiões consumidoras de cacau pode estar levando especuladores a antecipar movimentos de proteção contra possíveis surpresas nos dados.
No período, o mercado futuro de cacau parece ter sido pouco influenciado pelo contexto macroeconômico, especialmente diante do desempenho positivo das commodities. O índice CRB, principal referência para esse tipo de ativo, avançou 3,2%, enquanto o dólar index (DXY) registrou uma valorização de 0,7%. Esses movimentos sugerem que as cotações de cacau no período foram menos impactadas pela movimentação de outros mercados no período.