Por: Claudemir Zafalon

O mercado de cacau segue pressionado pela forte liquidação dos contratos futuros, acumulando perdas expressivas desde o final de janeiro. Nesta quarta-feira, o contrato de maio operou dentro da faixa de $10.426 a $10.822 por tonelada e encerrou a sessão cotado a $10.517/t, após um dia volátil com a negociação de 11.795 contratos. O volume total registrado foi de 28.266 contratos, enquanto o interesse em aberto se manteve elevado, em 128.794 contratos.

A sessão foi marcada pelo pânico de venda, consolidando a sexta sessão consecutiva de quedas e ampliando as perdas para mais de $1.500/t desde 30 de janeiro. A queda dos preços teve início com um cenário macroeconômico desfavorável, influenciado pelas políticas de Donald Trump, aumento das chuvas nas regiões produtoras da África Ocidental e sinais de retração na demanda global. Além disso, a margem de lucro das indústrias de chocolate tem apresentado redução, reforçando a pressão vendedora.

Fatores técnicos também tiveram peso relevante na recente queda dos preços. O rompimento de níveis críticos de suporte acionou ordens de proteção (stops), especialmente de fundos que detinham uma posição comprada de 36.220 contratos. Essa dinâmica ampliou ainda mais a pressão vendedora, acentuando o movimento de desvalorização da commodity.

A proximidade das entregas físicas do contrato de março, com vencimento em 24 de fevereiro, também pode estar contribuindo para o estresse no mercado, levando os investidores a ajustarem suas posições.

Os estoques de cacau monitorados pelo ICE nos portos dos Estados Unidos estão atualmente em 1.404.683 toneladas, conforme informações divulgadas pela bolsa.

Tecnicamente, o contrato de maio encontra suporte na região de $9.800/t, com um patamar ainda mais crítico na marca de $9.500/t. A evolução dos próximos pregões será determinante para avaliar se o mercado encontrará fôlego para uma recuperação ou se a pressão vendedora continuará dominando o cenário.

Fonte: mercadodocacau