A Costa do Marfim, maior produtora mundial de cacau, deu um passo significativo na cadeia de valor do chocolate com a inauguração da maior fábrica e armazém de cacau do país. O projeto, liderado pela empresa China Light Industry Nanning Design Engineering, representa um investimento de US$ 200 milhões financiado pelo governo chinês, que será reembolsado em grãos de cacau.

Expansão da Infraestrutura

Localizado no parque industrial PK24, nos arredores de Abidjan, o novo complexo se junta a outra unidade instalada no porto de San Pedro. Com uma área de 21 hectares, ambas as plantas possuem capacidade de processar 50.000 toneladas de cacau anualmente e armazenar até 300.000 toneladas de grãos.

Parte significativa da produção (40%) será enviada à China como pagamento do empréstimo, destacando o papel estratégico da parceria entre os dois países.

Impacto Econômico

Em 2022, a Costa do Marfim exportou cerca de US$ 3,3 bilhões em cacau, com grande parte dos grãos sendo destinada à Europa e aos EUA. No entanto, as importações chinesas foram de apenas US$ 369.000, algo que deve mudar com o início das operações das novas fábricas.

A executiva-chefe do African Cocoa Marketplace, Kristy Leissle, destacou a relevância dessas instalações, afirmando que “dadas as restrições de oferta das últimas temporadas, cada grão de cacau conta”.

Rumo a Maior Valor Agregado

O investimento faz parte de um esforço maior para que a Costa do Marfim capture uma fatia mais significativa do mercado global de chocolate, avaliado em cerca de US$ 140 bilhões. A meta é expandir esse valor para US$ 200 bilhões até 2030.

Apesar de cultivar cerca de 40% do cacau mundial, os produtores marfinenses atualmente recebem apenas 2% da receita total gerada por seus produtos. Com as novas fábricas, o país busca aumentar sua participação na cadeia de valor e se consolidar como um ator-chave no mercado de chocolate processado.

Essa expansão não apenas reforça a posição da Costa do Marfim como líder global em cacau, mas também reflete um movimento estratégico para transformar sua economia e reduzir a dependência de exportações de matéria-prima.

Fonte: mercadodocacau com informações globalconstructionreview