Pressão nos Preços e Conflitos na Costa do Marfim Agitam o Mercado de Cacau

Por: Claudemir Zafalon

O contrato de cacau com vencimento em maio registrou ontem oscilações entre $10.303 e $10.539 por tonelada, encerrando o dia a $10.400/ton. Foram negociados 7.202 contratos ao longo do pregão, com um volume total de 14.456 contratos. O interesse em aberto permaneceu estável em 115.600 contratos. Nos portos dos EUA, os estoques certificados monitorados pela ICE somam 1.403.965 sacas, segundo dados da bolsa.

A proximidade do período de entregas, com início em 24 de fevereiro, tem pressionado os preços do cacau nas últimas sessões. O cenário de baixa liquidez do mercado aumenta a volatilidade e intensifica os movimentos no preço. A resistência técnica do mercado está situada na média móvel de 40 dias, em $10.616, enquanto os suportes estão em $10.250 e $10.000.

Conflitos na Costa do Marfim
Na Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, a escassez do produto tem gerado tensões entre exportadores locais e gigantes do comércio, como Olam e Barry Callebaut. Exportadores locais pedem autorização para redirecionar cacau originalmente destinado a essas empresas para outros clientes, depois que ambas se recusaram a pagar valores acima do preço estabelecido pelo Conselho de Café e Cacau (CCC).

O CCC regula os preços pagos aos produtores e tem o poder de intervir para garantir o cumprimento dos valores definidos. No ano passado, o órgão já havia reprimido compradores internacionais por pagar acima do preço obrigatório.

Impactos no Setor de Chocolates
A alta dos preços do cacau também tem impactado grandes fabricantes de chocolates, como Hershey e Mondelez. Steve Voskuil, diretor financeiro da Hershey, declarou que a empresa está tomando medidas agressivas para lidar com a volatilidade do mercado de commodities. Ele destacou que muitos produtos da marca nos EUA sofreram aumentos de preços superiores a 10% no último ano.

Já Dirk Van de Put, CEO da Mondelez, observou que os consumidores terão que se adaptar a aumentos significativos no preço do chocolate, que pode ficar 30% a 50% mais caro. Mesmo assim, Van de Put espera que os volumes de vendas se mantenham estáveis.

Esses reajustes vêm em resposta à pressão nos custos de produção, que afetaram as ações de empresas como Mondelez e Hershey, com quedas de 14% e 17% no último semestre, respectivamente.

Perspectivas para o Mercado
Enquanto o contrato de dólar futuro com vencimento em março permanece estável, cotado a R$ 5,71, os participantes do mercado seguem atentos aos desdobramentos na Costa do Marfim e às movimentações técnicas. Com resistências e suportes bem definidos, além de conflitos no maior país produtor de cacau, os próximos dias prometem forte volatilidade no mercado internacional.

Fonte: mercadodocacau

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1 Comment

  1. Jouber silva da costa disse:

    CONVERSA, FLUTUAÇÕES SEMPRE HAVERÃO DE EXISTIR. ELE FALA MAS NÃO DISSE A PALAVRA ” CERTA ” OS PRECOS ESTABILIZARAM…
    O RESTO É SENSACIONALISMO

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