Nestlé e ofi lançam projeto climático com plantio de 2,8 milhões de árvores em fazendas de cacau

Iniciativa abrange Brasil, Nigéria e Costa do Marfim e marca a maior parceria entre as duas empresas em prol da agricultura regenerativa.

A Nestlé e a olam food ingredients (ofi) anunciaram um ambicioso projeto de agrossilvicultura que promete transformar as práticas agrícolas em suas cadeias de fornecimento de cacau. Juntas, as companhias planejam plantar 2,8 milhões de árvores nos próximos cinco anos em 72 mil hectares de fazendas de cacau no Brasil, na Nigéria e na Costa do Marfim. A iniciativa, que envolve 25 mil agricultores, tem como foco o enfrentamento das mudanças climáticas por meio de práticas sustentáveis e regenerativas.

A parceria, que já dura 15 anos, ganha agora nova dimensão com o maior investimento conjunto das empresas até hoje. O objetivo é implementar sistemas agroflorestais que integram árvores e arbustos às plantações de cacau, promovendo benefícios como aumento da resiliência climática, controle da erosão, melhoria da qualidade da água e sequestro de carbono.

“Acreditamos que o agricultor deve estar no centro da solução climática. Com essa iniciativa, estamos apoiando a adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas nas comunidades cacaueiras e fortalecendo o fornecimento de cacau sustentável,” afirmou Andrew Brooks, chefe global de sustentabilidade do cacau da ofi.

Tecnologia e incentivos para sustentabilidade

Para garantir a credibilidade e eficácia do projeto, a ofi utilizará ferramentas digitais de ponta. Todas as árvores plantadas serão verificadas por terceiros e rastreadas com tecnologia de inteligência artificial, que permitirá acompanhar sua localização e desenvolvimento. A AtSource Digital Footprint Calculator, ferramenta da própria ofi, será usada para medir os dados de carbono das fazendas antes e depois da implementação.

O monitoramento vai até 2055, garantindo uma supervisão de longo prazo. Os agricultores participantes receberão treinamentos sobre práticas agroflorestais e temas ambientais mais amplos, incluindo conformidade com padrões como o ARS e os novos regulamentos da União Europeia (EUDR), que exigirão cadeias de suprimento livres de desmatamento até o final de 2025.

Além do suporte técnico, os agricultores também serão recompensados financeiramente por aderirem ao projeto e cuidarem das árvores plantadas.

Compromissos e desafios

Apesar dos avanços, tanto a Nestlé quanto a ofi enfrentam críticas por seu histórico de ligações com o desmatamento em diversas cadeias de suprimento, como o cacau e o óleo de palma. Em resposta, a Nestlé afirma que pretende alcançar 100% de cadeias livres de desmatamento em suas principais commodities até o final de 2025 — meta que já está 93,5% concluída.

A ofi, por sua vez, pretende aumentar significativamente o estoque de carbono das árvores em sua cadeia de valor do cacau até 2030, com base na linha de 2019. A empresa também se prepara para atender aos requisitos do EUDR, que entra em vigor em dezembro de 2025 e proíbe a entrada de produtos ligados ao desmatamento nos mercados da União Europeia.

Com a pressão crescente por ações concretas em prol do clima e da biodiversidade, iniciativas como esta colocam a agricultura regenerativa no centro das estratégias globais de sustentabilidade — e os agricultores, no coração da mudança.

Fonte: mercadodocacau com informações edie.net

Curtiu esse post? Compartilhe com os amigos!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *