Cacau recua após chuvas e melhores entregas de amêndoas na Costa do Marfim

Entre os dias 25 de abril e 2 de maio, os contratos futuros de cacau registraram desvalorização nos mercados internacionais. Em Nova Iorque, o contrato mais líquido, com vencimento em julho de 2025, recuou 5,5%, encerrando a semana cotado a 9.127 USD/ton. Em Londres, a mesma tela apresentou queda de 3,1%, sendo negociada a 6.328 GBP/ton ao final do período.

A movimentação de baixa reflete, em grande medida, a atenuação das preocupações quanto à oferta global da commodity. Nos últimos dias, essa mudança de percepção decorre, em parte, do aumento dos volumes de precipitação nos principais países produtores da África Ocidental, que deve favorecer o desenvolvimento dos frutos nos próximos meses. Soma-se a isso o fato de que, pela quarta semana consecutiva, os volumes de entregas nos portos da Costa do Marfim superaram os registrados no mesmo período do ano anterior, o que reduz, ao menos parcialmente, os temores quanto ao desempenho da safra intermediária no país. Ainda assim, persistem preocupações relacionadas à qualidade das amêndoas, conforme relatos recentes de exportadores que têm apontado padrões inferiores ao habitual para o período.

Pelo lado da demanda, novas divulgações de resultados por empresas do setor de confeitaria sugerem uma possível desaceleração no consumo industrial de cacau, ampliando a percepção de enfraquecimento da demanda.

No âmbito macroeconômico, o movimento de baixa também foi influenciado por um recuo generalizado nas commodities. O índice CRB registrou queda de 2,7% no período, enquanto o Dollar Index (DXY) avançou 0,6%, refletindo maior aversão ao risco por parte dos investidores. Esse cenário tem sido reforçado pelas crescentes incertezas em torno do ritmo de crescimento da economia global, agravadas recentemente pelas tensões comerciais entre China e Estados Unidos.