Cacau avança em meio à permanência de incertezas com produção africana 

Entre os dias 30 de maio e 6 de junho, os contratos futuros de cacau registraram avanço nas bolsas internacionais. Em Nova Iorque, o contrato mais negociado, com vencimento em setembro de 2025, avançou 2,4%, encerrando o período cotado a 9.442 USD/tonelada. Em Londres, o mesmo contrato teve alta de 3%, sendo negociado a 6.646 GBP/tonelada.

A trajetória de alta foi impulsionada, mais uma vez, sobretudo pelas preocupações persistentes com a disponibilidade de cacau nos principais países produtores do Oeste Africano. A atual safra intermediária, que se estende até setembro, tem apresentado volumes de entrega significativamente abaixo da média histórica e se encaminha para o encerramento, o que tem levado o mercado a redirecionar seu foco para a próxima temporada, 2025/26 (out-set), cujas entregas se intensificam a partir de outubro.

Nesse contexto, têm ganhado relevância informações sobre o andamento das vendas antecipadas de cacau para a safra 2025/26, conduzidas por órgãos estatais dos países produtores (COCOBOD, em Gana e CCC, na Costa do Marfim). Nesta última semana, a escassez de dados concretos e os temores de que a nova safra também enfrente dificuldades produtivas reforçaram o ambiente de incerteza, contribuindo para a manutenção da pressão altista sobre os preços.

No âmbito macroeconômico, observou-se durante o período uma nova valorização generalizada de ativos de maior risco, impulsionada pela melhora no sentimento dos investidores diante das sinalizações de reaproximação comercial entre Estados Unidos e China. Nesse contexto, destacaram-se os avanços nos mercados acionários e de commodities, com o índice CRB registrando alta de 3,7% e o Dollar Index (DXY) recuando 0,1%. Esse ambiente mais favorável aos ativos de risco pode ter contribuído adicionalmente para a valorização dos contratos de cacau no período.