Mondelez pede adiamento de um ano na aplicação da lei de desmatamento da União Europeia

A Mondelez International, por meio de sua marca icônica Cadbury, está solicitando um adiamento de 12 meses na implementação do Regulamento de Desflorestação da União Europeia (EUDR), previsto atualmente para entrar em vigor em dezembro de 2025. O pedido foi formalizado por Massimiliano Di Domenico, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Governamentais da companhia para a Europa, durante uma apresentação no Parlamento Europeu e posteriormente reiterado em uma publicação no LinkedIn.

Embora a empresa afirme apoiar o EUDR em princípio, Di Domenico enfatizou a necessidade de que os formuladores de políticas considerem as “realidades práticas” enfrentadas pelas indústrias, em especial no setor do cacau. Segundo ele, os desafios atuais, como o aumento recorde dos preços, a queda na produção e a insuficiência de infraestrutura digital nos países produtores, colocam em risco a capacidade de cumprimento das novas exigências.

“Estamos pedindo, de forma respeitosa, transparente e responsável, um adiamento de 12 meses — não para enfraquecer a ambição do regulamento, mas para permitir uma implementação prática, inclusiva e eficaz”, afirmou o executivo.

O EUDR exige que empresas que importam produtos como soja, carne bovina, café e cacau provem que suas cadeias de suprimentos estão livres de desmatamento, sob risco de multas severas. A legislação tem como objetivo combater os 10% do desmatamento global impulsionado pelo consumo europeu.

Grandes fabricantes como Nestlé, Mars Wrigley e Ferrero já haviam manifestado apoio à iniciativa em 2023, mas, assim como a Mondelez, pediram maior clareza nas orientações e apoio prático por parte da Comissão Europeia.

A União Europeia já havia cedido a pressões internacionais e adiou a entrada em vigor da lei em um ano, além de flexibilizar parcialmente as exigências de relatórios. O novo apelo da Mondelez reacende o debate sobre os prazos e a viabilidade da regulamentação diante da complexidade logística e operacional de cadeias produtivas em países em desenvolvimento, especialmente no setor do cacau.

Fonte: mercadodocacau com informações reuters

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