Hershey anuncia novo aumento de preços diante do custo recorde do cacau e adota shrinkflation

Ajustes incluem embalagens menores e preços até dois dígitos mais altos; indústria do chocolate segue pressionada por escassez global de oferta

A Hershey Co., uma das maiores fabricantes de chocolates do mundo, comunicou na última semana aos seus varejistas que irá implementar um novo aumento de preços em seus produtos. A medida, que inclui reajustes de aproximadamente dois dígitos, também virá acompanhada de mudanças no peso e na quantidade de doces por embalagem — prática conhecida como shrinkflation.

O motivo principal, segundo a companhia, é o custo historicamente elevado do cacau, que continua pressionando toda a cadeia produtiva. “Essa mudança não está relacionada a tarifas ou políticas comerciais”, esclareceu Andrew Archambault, presidente da divisão de confeitaria da Hershey nos EUA. “Ela reflete a realidade do aumento dos custos dos ingredientes, incluindo o custo sem precedentes do cacau.”

O cacau mais que dobrou de preço nos últimos dois anos, em função de problemas climáticos e sanitários nas principais regiões produtoras do mundo, como Costa do Marfim e Gana, responsáveis por mais de 60% da oferta global. Os contratos futuros da commodity atingiram um recorde em dezembro de 2024 e, embora tenham recuado recentemente com a expectativa de melhora na produção e menor demanda, seguem bem acima dos níveis históricos.

Este é o segundo reajuste da Hershey em um intervalo de um ano. Além disso, a empresa ainda enfrenta pressões adicionais ligadas a tarifas sobre matérias-primas importadas. Em maio, executivos revelaram que a companhia previa entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões em custos tarifários apenas no segundo trimestre de 2025. A Hershey solicitou ao governo dos EUA uma isenção tarifária sobre o cacau, mas ainda aguarda resposta.

A Hershey não está sozinha nesse movimento. A suíça Lindt & Sprüngli, por exemplo, já aumentou seus preços em quase 16% no primeiro semestre de 2025 e prevê que a inflação do cacau persista no próximo ano.

Com consumidores mais sensíveis a preços e uma indústria que tenta preservar margens sem perder competitividade, os aumentos refletem o delicado equilíbrio entre custos crescentes e o poder de compra dos consumidores.

Fonte: mercadodocacau com informações bloomberg

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