Autoridades reforçam operações de fiscalização e aumentam incentivo aos agricultores para conter perdas na principal commodity do país
O Conselho de Cacau de Gana (Cocobod) intensificou suas ações contra o contrabando de cacau para o Togo, após uma série de operações bem-sucedidas realizadas neste mês. Com apoio da Força-Tarefa Anticontrabando e de autoridades alfandegárias e policiais, cerca de 295 sacos e 30 tambores de cacau foram apreendidos, e diversas prisões foram efetuadas, segundo informações divulgadas pela imprensa local.
O contrabando de cacau continua sendo uma preocupação central tanto em Gana quanto na vizinha Costa do Marfim, dois dos maiores produtores mundiais da amêndoa. De acordo com o Cocobod, essa prática vem afetando significativamente a rentabilidade do setor e motivou a criação de autoridades específicas para combater a saída ilegal do produto, especialmente para países vizinhos.
Além do contrabando, outro fator agravante é a disseminação das operações de mineração ilegal de ouro — conhecidas localmente como galamsey — que vêm tomando áreas tradicionalmente dedicadas ao cultivo de cacau. Agricultores, muitas vezes pressionados por baixos preços pagos pela safra, têm aceitado valores para liberar suas terras a garimpeiros não licenciados, comprometendo ainda mais a produção cacaueira da região.
Baixos preços incentivam mercado ilegal
Especialistas do setor apontam que o contrabando tem sido alimentado pelos preços relativamente baixos pagos aos agricultores locais. Diante disso, o Cocobod anunciou recentemente um reajuste nos valores pagos por tonelada de cacau, elevando o valor para cerca de US$ 3.100. A medida busca tornar a venda legal mais atrativa e reduzir os incentivos à comercialização ilegal.
Apesar da elevação, autoridades reconhecem que contrabandistas ainda podem oferecer valores mais altos em outras regiões, o que representa um desafio contínuo para o setor.
Em comunicado oficial, o Cocobod afirmou estar determinado a erradicar o contrabando de cacau e apelou ao público para que colabore com denúncias e monitoramento de atividades suspeitas. O órgão destacou que a preservação da integridade do setor é essencial para a economia nacional.
“O cacau de Gana continua sendo um símbolo de orgulho nacional e um contribuinte crítico para o crescimento econômico do país”, reforçou o conselho.
A mobilização conjunta entre autoridades, agricultores e sociedade civil é vista como fundamental para garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva do cacau em um momento de crescente pressão externa e interna.
Fonte: mercadodocacau com informações confectioneryproduction