Cacau rompe resistência de US$ 8.800, mas encerrou sessão em leve ajuste

Por: Claudemir Zafalon
O mercado futuro de cacau apresentou forte volatilidade na sessão desta segunda-feira (11), com o contrato de dezembro na ICE ultrapassando a importante resistência técnica de US$ 8.800/t antes de devolver parte dos ganhos. As cotações oscilaram entre a mínima de US$ 8.133 e a máxima de US$ 8.823, encerrando o dia a US$ 8.444/t, com alta de US$ 466.

O volume de negociações foi expressivo: 22.001 contratos apenas no vencimento de dezembro e 49.711 contratos no total. O interesse em aberto permaneceu estável em 97.009 contratos.

Os estoques certificados nos portos dos EUA, monitorados pela ICE, registraram leve recuo, somando 2.267.555 sacas. O movimento de alta foi impulsionado por três fatores principais:

  1. Risco de oferta na Costa do Marfim — As chegadas de cacau aos portos marfinenses totalizaram 1,643 milhão de toneladas entre 1º de outubro e 10 de agosto, queda de 2% frente ao mesmo período do ano passado. O declínio ocorre em meio a temperaturas mais frias e chuvas abaixo da média, o que aumenta as preocupações para a safra principal (outubro a março).

  2. Tarifa de 15% dos EUA — Desde 7 de agosto, entrou em vigor a taxação sobre as exportações marfinenses para os Estados Unidos, que antes tinham isenção pela Lei de Crescimento e Oportunidades para a África (AGOA). A Costa do Marfim exporta até 300 mil toneladas métricas de cacau por ano para o mercado americano. Analistas alertam que a medida pode repercutir em toda a cadeia global, impactando empresas como a Barry Callebaut, que também compra de Gana e Brasil.

  3. Condições técnicas favoráveis — O rompimento da barreira de US$ 8.800 atraiu compras adicionais, alimentando o rali intradiário antes do movimento de realização de lucros.

O contrato futuro de Real x Dólar (setembro), com vencimento em 30 de agosto, encerrou estável a R$ 5,462, não adicionando pressão cambial aos preços internos no curto prazo.

Com o quadro climático incerto na África Ocidental, estoques globais em níveis mais baixos e o novo fator das tarifas americanas, o mercado segue em terreno de forte volatilidade, com possibilidade de novas testagens da zona de US$ 8.800/US$ 8.900 nas próximas sessões.

Fonte: mercadodocacau

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