Costa do Marfim revisa para baixo exportações de cacau diante de safra ameaçada

O Conselho de Café e Cacau (CCC) da Costa do Marfim anunciou uma revisão para baixo em suas vendas de contratos de exportação da principal safra de outubro a março, passando de 1,3 milhão para 1,2 milhão de toneladas. A decisão, confirmada por duas fontes do órgão à Reuters, foi motivada pelas más condições climáticas e pelo avanço da doença do rebento inchado, que afetaram severamente o desenvolvimento das vagens no período crítico entre julho e agosto.

Segundo representantes do CCC, a seca prolongada agravou a mortalidade de flores e frutos jovens — conhecidos como cherelles — comprometendo o potencial produtivo da safra 2025/26, que começa oficialmente em 1º de outubro. “Este ajuste nos permitirá evitar qualquer inadimplência”, afirmou um funcionário do conselho, sob anonimato.

Quatro contadores de cápsulas e três exportadores também confirmaram a revisão das estimativas de produção, após resultados decepcionantes nas contagens de campo realizadas na última semana. “Os dados recebidos confirmam o que temos visto desde o início de julho. A taxa de mortalidade de flores e cherelles continuou a aumentar porque a seca piorou”, relatou outra fonte do CCC.

No início de julho, o conselho já havia manifestado preocupação com a alta mortalidade das flores, mas preferiu aguardar as previsões de agosto antes de reduzir oficialmente os volumes de exportação. Até o momento, o CCC já comercializou 950 mil toneladas da safra 2025/26 e ainda dispõe de 250 mil toneladas para vender até o fim de setembro. Pelo modelo de comercialização adotado, entre 70% e 80% da colheita prevista deve ser pré-vendida, servindo de base para a definição do preço mínimo garantido ao produtor.

As vendas devem ser concluídas até o fim de agosto ou, no máximo, na primeira semana de setembro. A expectativa, no entanto, é de um cenário desafiador para a próxima temporada. “Estamos nos preparando para uma campanha difícil porque a safra intermediária não é boa. Não há estoques de passagem ou, na melhor das hipóteses, apenas grãos de qualidade muito baixa, difíceis de misturar”, afirmou o diretor de uma empresa exportadora sediada em Abidjan.

A redução na oferta prevista da Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, tende a acentuar a tensão no mercado internacional, já pressionado por problemas climáticos e fitossanitários em outras regiões produtoras.

Fonte: mercadodocacau com informações reuters

Curtiu esse post? Compartilhe com os amigos!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário