Cacau avança após elevação de temores produtivos no Oeste Africano

Entre os dias 8 e 15 de agosto, os contratos futuros de cacau apresentaram valorização moderada nos mercados internacionais. O movimento altista foi mais expressivo na segunda-feira, seguido por ajustes graduais nos dias subsequentes. Em Nova Iorque, o contrato com maior liquidez, com vencimento em dezembro de 2025, encerrou o período com alta de 3,8%, sendo cotado a 8.278 USD/ton. Em Londres, o contrato com igual vencimento registrou valorização de 2,5%, negociado em torno de 5.551 GBP/ton.

A volatilidade observada reflete, sobretudo, o ambiente de incerteza quanto à oferta global da commodity, em um contexto ainda marcado por imprevisibilidades climáticas que afetam o desenvolvimento da safra 2025/26 nos países do Oeste Africano. 

Nesse cenário, o principal destaque da semana foi a decisão do órgão estatal de cacau da Costa do Marfim de reduzir sua meta de vendas antecipadas, diante de preocupações com uma possível queda na produção da próxima safra principal, prevista para iniciar em outubro. Embora os volumes de precipitação tenham sido considerados adequados nos primeiros meses do ano, favorecendo um otimismo pela safra africana, a redução das chuvas a partir de julho intensifica preocupações sobre a consistência das entregas futuras na região.

No mesmo intervalo, o índice de commodities CRB registrou avanço de 0,6%, enquanto o Dollar Index (DXY) apresentou retração de 0,3%. Apesar da leve alta do CRB, em linha com o desempenho do cacau, a dinâmica desses indicadores sugere que os fatores macroeconômicos globais exerceram influência marginal sobre a formação dos preços da commodity ao longo da semana.