Por: Claudemir Zafalon
O mercado internacional de cacau segue em compasso de espera, mantendo os preços próximos de US$ 7.000 por tonelada em meio a uma combinação de fatores fundamentais e especulativos. A proximidade da divulgação das moagens do terceiro trimestre, marcada para 16 de outubro, somada a rumores de possível atraso na implementação da lei europeia de combate ao desmatamento e ao movimento de compras por parte de comerciais, tem contribuído para a atual estabilidade do mercado.
No pregão mais recente, o contrato de dezembro oscilou entre a mínima de US$ 6.960 e a máxima de US$ 7.142, encerrando o dia em US$ 7.048 por tonelada, alta de US$ 56. Foram negociados 8.759 contratos, com volume total de 21.664 contratos, enquanto o interesse em aberto registrou novo avanço, atingindo 104.338 contratos, um sinal de que os investidores seguem posicionados de forma consistente.
Os estoques certificados nos portos dos Estados Unidos, monitorados pela ICE, registraram uma redução de 11.099 sacas, totalizando 1.991.715 sacas. Essa queda reforça a percepção de oferta ajustada no curto prazo, ajudando a sustentar os preços, mesmo com a expectativa de novas colheitas em importantes regiões produtoras.
No Brasil, o contrato futuro de Real x Dólar com vencimento em 30 de setembro permanece estável, cotado a R$ 5,32, sem grandes variações capazes de impactar de imediato as exportações e importações do setor. Diante desse cenário, o mercado segue atento aos números de moagem, que devem indicar o real nível de demanda industrial na Europa e na América do Norte, e aos trâmites da legislação europeia antidesmatamento, cujo eventual adiamento traria alívio temporário aos exportadores, mas mantém incertezas sobre custos e logística a médio prazo.
Fonte: mercadodocacau