Por: Claudemir Zafalon

O trabalho do Federal Reserve (Fed) ganhou um novo grau de complexidade após a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre, que passou a mostrar alta de 3,8%, o ritmo anualizado mais acelerado desde o terceiro trimestre de 2023. O dado reforça a resiliência da economia americana em um momento em que o mercado aguardava sinais mais claros de flexibilização monetária.

A pressão sobre o banco central também aumenta diante das novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump, que incluem impostos de 100% sobre medicamentos de marca e 25% sobre caminhões pesados. Embora ainda faltem detalhes e possíveis isenções sejam esperadas, a medida pode adicionar pressões inflacionárias e reduzir as chances de cortes agressivos nos juros.

Paralelamente, a Malásia pediu a Washington tarifas zero sobre exportações de móveis, produtos automotivos e aeroespaciais. O governo americano também sinalizou que pode abrir exceções para commodities não produzidas internamente, como cacau e óleo de palma.

No mercado futuro, o contrato de cacau para dezembro oscilou entre US$ 6.870 e US$ 7.130 por tonelada, encerrando o pregão a US$ 6.925, queda de US$ 123. O volume negociado foi de 9.539 contratos, dentro de um total de 22.003 contratos, com aumento do interesse em aberto de 3.067 contratos, agora em 107.405. Já os estoques certificados nos portos americanos, monitorados pela ICE, recuaram ligeiramente para 1.986.491 sacas.

No câmbio, o contrato futuro de Real x Dólar (outubro), com vencimento em 30 de setembro, permaneceu estável em R$ 5,36.

O mercado também acompanha hoje a divulgação dos índices de renda e gastos pessoais e do sentimento do consumidor nos EUA, dados que podem ajudar a calibrar as expectativas sobre a condução da política monetária pelo Fed nos próximos meses.

Fonte: mercadodocacau