As lavouras de cacau na Bahia e no Pará estão recebendo menos chuvas que a média nas últimas semanas, o que deve comprometer o desenvolvimento dos frutos da safra principal da temporada 2015/16, cuja colheita já deu os primeiros passos.
Conforme o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CNPT/Inpe), o sul da Bahia, onde se concentra a produção do Estado, recebeu chuvas abaixo da média nos últimos dois meses.
Em outubro, que costuma marcar o início do primeiro período chuvoso do Nordeste, as precipitações acumuladas no sul baiano ficaram entre 25 milímetros e 50 milímetros. Historicamente, há áreas que chegam a receber 150 milímetros no mês.
Do o início de novembro até o dia 11, as precipitações na parte sul da Bahia não ultrapassaram os 25 milímetros, enquanto os dados históricos indicam que algumas regiões chegam a receber, em média, 200 milímetros de chuva nessa época.
As lavouras têm enfrentado déficit hídrico, o que já gerou pessimismo. A TH Consultoria, cortou sua estimativa para a produção da safra principal na Bahia de 1,5 milhão de sacas para 1 milhão a 1,2 milhão. E ressaltou que a projeção está sujeita "a novas revisões para baixo, dependendo do retorno das chuvas".
O normal para essa época são chuvas alternadas com períodos secos, o que favorece a colheita e a manutenção da qualidade da fruta nas árvores. De acordo com Thomas Hartmann, diretor da consultoria, se houver uma quebra de safra forte, é possível que o país tenha que voltar a recorrer às importações, que desabaram este ano.