Chocolate desenvolvido no Paraná é adequado para portadores de autismo

Desenvolvido a pedido de nutricionistas que atendem portadores de autismo, o Chocolate Tri-Gostoso Zero Soja integra a linha de chocolates funcionais da empresa paranaense DEJC Alimentos. Isento de glúten, açúcar, leite animal e soja em sua formulação, o chocolate levou cerca de um ano para ser desenvolvido. Segundo o Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos da empresa, o chocolatier Carmine Giunti, além de adequações na formulação, testes sensoriais foram realizados antes do lançamento do produto.

 

A formulação foi desenvolvida com exclusividade pela DEJC Alimentos, que tem tecnologia patenteada junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e visa atender consumidores cuja dieta exclui o consumo de soja, açúcar, leite animal e glúten. "Temos aí os celíacos, diabéticos, intolerantes à lactose e caseína, além dos veganos. Mas entre as pessoas que apresentam restrições alimentares, segundo os nutricionistas, os autistas são os que mais sofrem com a carência de produtos isentos de componentes alergênicos", diz Giunti.

 

A fórmula à base de cacau, que compõe a linha de produtos Tri-Gostoso, foi acrescida de alfarroba, ingrediente que dispensa a adição de açúcar por já possuir elevador teor de açúcares naturais. Este chocolate possui ainda baixo teor de cafeína (aproximadamente 1% por 50g), outro agente alergênico presente nos chocolates convencionais.

 

Sobre o autismo

 

Transtorno que atinge uma em cada 88 crianças segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o autismo foi considerado por muitos anos uma desordem que parecia iniciar e terminar no cérebro. Pesquisas que analisaram comportamentos comuns aos portadores desta síndrome concluíram, anos mais tarde, que ela é o resultado de um organismo bioquimicamente desequilibrado e que uma dieta livre de alimentos alergênicos tem ação benéfica no desenvolvimento dos indivíduos.

 

Conhecida pela sigla SGSC (sem glúten sem caseína), a dieta preconiza a retirada de alimentos que provocam inflamação no intestino e que impedem a absorção de nutrientes. Além do glúten e da caseína, outros alimentos considerados alergênicos, como o açúcar e a soja, também deveriam ser evitados, seguindo exames de alergia alimentar coordenados por profissionais de saúde.

 

Em seu livro "Autismo Esperança pela Nutrição", a carioca Claudia Marcelino, mãe de Maurício, revela o quanto a condição de autismo de seu filho foi atenuada com uma alimentação livre de alergênicos. "Sua fala voltou após 10 anos de quase absoluto mutismo, mas ainda percebemos avanços contínuos e algumas vezes surpreendentes", divide Claudia com seguidores de seu blog na internet (http://dietasgsc.blogspot.com.br).

 

Desenvolvimento

 

Oferecer alternativas para consumidores que evitam ingredientes alergênicos foi o que norteou, nas últimas décadas, o trabalho do paranaense Carmine Giunti. Em 1999 ele fundou a CarobHouse em parceria com sua esposa Eloisa Orlandi, com a proposta de preencher a lacuna existente no mercado e atender consumidores que, por restrições de saúde ou questões ideológicas, não consomem o chocolate convencional. Desde então uma série de produtos alternativos ao chocolate foram produzidos, todos isentos de glúten, açúcar e leite animal.

 

Como adotavam a alfarroba, uma matéria prima até então não utilizada para esse fim no Brasil, tiveram sua linha protegida por registro de patentes e seguem como única empresa no país a produzir produtos a base de alfarroba. O expertise de Carmine Giunti foi também implementado no desenvolvimento de produtos a base de cacau, que resultou na linha de chocolates funcionais chamada Tri-Gostoso. Ano passado ele foi o vencedor da categoria Inventor Inovador do Prêmio Finep 2014 – Região Sul, criado para reconhecer e divulgar esforços inovadores no país. Fonte: Segs

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