O expressivo aumento na captação de crédito por parte dos agricultores familiares sinaliza o nível de investimentos do setor. Só nos sete primeiros meses desta safra, a alta foi de 21% contra o mesmo período de 2013/2014. Além disso, representantes do segmento ouvidos pelo DCI mantêm o otimismo para este ano.
Os dados são do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). De acordo com a pasta, entre os meses de julho de 2014 e janeiro de 2015 foram acessados R$ 16,5 bilhões em crédito, principalmente para compra de máquinas agrícolas.
O ex ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (GV Agro), Roberto Rodrigues, acredita que este setor cresceu muito nos últimos tempos, apoiado por incentivos do governo federal, como o crédito, e pela ação das cooperativas. "O pequeno produtor tem um drama recorrente porque a renda, na agricultura, se faz em larga escala. Sendo assim, a única forma de fazer escala foi com as cooperativas. Por isso eles [agricultores] estão bem e devem continuar", diz.
Cenário
O Plano Safra 2014/2015, disponibilizou R$ 24,1 bilhões em crédito pelo Pronaf, um montante 14,7% maior que o da temporada anterior. As taxas de juros foram fixadas entre 0,5% e 3,5% aos produtores rurais e até 4% para as cooperativas. Até o momento, foram realizados mais de 1,2 milhão de contratos.
Para o diretor de Financiamento e Proteção à Produção da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA, João Luiz Guadagnin, vários fatores explicam os avanços obtidos neste período.
"Podemos citar a adimplência dos agricultores familiares, a participação dos movimentos sociais, as ações dos agentes financeiros que operam o crédito rural, o comportamento dos preços dos produtos, os serviços de assistência técnica e extensão rural, o seguro da agricultura familiar e o Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar", afirma o executivo em nota.
Do total, os agricultores familiares aplicaram pouco mais de R$ 9 bilhões, em cerca de 807 mil contratos, operações de investimento para máquinas e implementos, implantação de sistemas de armazenagem e de irrigação, melhoria genética, recuperação de pastagens, ações de preservação ambiental, entre outros.
Para as operações de custeio foram mais de R$ 7,4 bilhões, em mais de 444 mil. Os recursos se destinam às atividades agrícolas e pecuárias, especialmente à aquisição de insumos, fertilizantes, realização de tratos culturais e colheita, produção de mudas e aquisição de sementes certificadas, etc.
As mulheres foram responsáveis por R$ 2,4 bilhões em mais de 340 mil contratos. Fonte: DCI