Perspectivas de menor crescimento econômico em países desenvolvidos e em desenvolvimento estão pressionando os contratos futuros do cacau, principal ingrediente do chocolate e uma das commodities de melhor desempenho em 2014. No ano passado, a demanda de países emergentes, como Índia e China, ajudaram a sustentar uma elevação das cotações da amêndoa ao nível mais alto em três anos e meio. No entanto, os futuros do cacau encerraram a quarta-feira (28/1) na mínima em um ano e acumulam baixa de 6,7% desde o início de 2015 na Bolsa de Nova York (ICE Futures US).
Investidores esperam que as baixas continuem, acompanhando a menor demanda na América do Norte, na Europa e também na Ásia. O processamento nessas regiões caiu 8,9% no quarto trimestre de 2014, totalizando cerca de 590 mil toneladas, pior desempenho em mais de dois anos. Os dados de processamento são considerados um termômetro da demanda por cacau.
A demanda cai por causa das perspectivas de menor crescimento econômico em muitos mercados emergentes, onde a ascensão da classe média nos últimos anos impulsionava o consumo de chocolate. Em países desenvolvidos, as vendas caíram com a alta dos preços do cacau.
Assim, o mercado da amêndoa, de US$ 5,2 bilhões, está perdendo força por causa do enfraquecimento da economia global. "Parece que grande parte do ânimo sobre o crescimento da economia mundial e sobre a demanda por itens de luxo, como cacau, acabaram", afirmou James Cordier, presidente da Liberty Trading Group. "Quando as economias dos países estão em desaceleração, temos de cortar nossas expectativas". Cordier espera que os futuros da amêndoa na Bolsa de Nova York permaneçam abaixo dos US$ 3.000 a tonelada durante o primeiro semestre de 2015. Há pouco, o vencimento março operava em US$ 2.710/t.
"É improvável uma recuperação acentuada no processamento em apenas um trimestre e as margens de lucro não estão muito boas para os processadores", afirmou Gillian Rutherford, gerente da Pacific Investment Management. Fonte: Globo Rural