Agricultores brasileiros cultivaram 42,2 milhões de hectares com transgênicos na safra 2014, dos quais 29,1 milhões de hectares de soja.
A afirmação é do representante do Serviço Internacional para Aquisição e Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês) no Brasil, Anderson Galvão, em teleconferência para divulgar adoção de biotecnologia no mundo na temporada passada, encerrada em 2014.
Sobre a soja, a adoção de sementes transgênicas corresponde a 93,2% da área com a oleaginosa no país, equivalente a 29,1 milhões de hectares. Desse total, 16,5% foi cultivada com a tecnologia Intacta RR2, da Monsanto, que está em seu segundo ano comercial.
– O Brasil começa a caminhar para o mesmo estilo observado nos Estados Unidos e na Austrália, onde as tecnologias com genes combinados tendem a ser o padrão – disse Galvão.
Apesar da expectativa de redução de investimentos dos produtores nas lavouras de milho safrinha nesta temporada, a estimativa é de que os organismos geneticamente modificados ocupem 90% da área com o cereal de segunda safra. Na primeira safra, em fase inicial de colheita, o percentual foi de 72,6%.
2014
Em 2014, equivalente à safra 2013/2014 no Brasil, a área destinada aos transgênicos alcançou 40,3 milhões de hectares. A soja transgênica respondeu por 26,9 milhões de hectares do total.
A área cultivada com transgênicos no mundo alcançou 181 milhões de hectares, crescimento de 3% comparado a 2013, informou em relatório. Segundo Galvão, a expansão do uso de transgênicos reflete crescimento de 22% em produtividade nos últimos 20 anos e redução de 37% na aplicação de agrotóxicos. Os números do levantamento, segundo representante da ISAAA no Brasil, cruzam 147 estudos realizados em duas décadas.
No curto prazo, a expectativa é de consolidação do mercado, com crescimentos modestos em países que já aplicam biotecnologia e as taxas de adoção superam os 90%, caso de Brasil e Estados Unidos, por exemplo. No longo prazo, a projeção é de crescimento na adoção de novas tecnologias, como as sementes com genes combinados.
– No curtíssimo prazo, teremos uma consolidação. No médio e longo prazo, teremos uma nova fase de inovação – disse Galvão.
O relatório também mostra potencial de cultivo de 60 milhões de hectares de milho transgênico na Ásia, dos quais 35 milhões apenas na China. A África tem potencial para plantar 35 milhões de hectares com o cereal geneticamente modificado.
No ano passado, a soja transgênica ocupou 94% da área total cultivada com a oleaginosa nos Estados Unidos, em comparação com 93% no ano anterior. Galvão lembrou que, nesse período, a área plantada cresceu 11%, para 34,3 milhões de hectares. A adoção de biotecnologia nas lavouras de milho alcança 93%, ante 90% em 2013. O destaque, no caso do cereal, é a expansão do uso da semente resistente à seca, após a forte estiagem que atingiu as lavouras do País, em 2012. As lavouras de algodão transgênico nos Estados Unidos respondem por 96% da área, ante 90% em 2013, considerado o crescimento de 9% da área cultivada, de 4,5 milhões de hectares.
Os Estados Unidos continuam na liderança global em adoção de transgênicos, seguido pelo Brasil. Galvão afirmou, no entanto, que pelo terceiro ano consecutivo os países em desenvolvimento plantaram mais com transgênicos do que os países industriais.
O estudo revela, ainda, que foram semeados 148.013 hectares com transgênicos na União Europeia em 2014, crescimento de 15% em um ano. No entanto, a Espanha concentra 94% da área cultivada com sementes geneticamente modificadas, fundamentalmente milho. Fonte: Canal Rural