QUAL A HISTÓRIA DO SEU CHOCOLATE?

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Você seria capaz de contar a história do seu chocolate ou do destino das suas amêndoas de cacau do plantio das sementes ao consumidor final?

Os seus funcionários ou parceiros conhecem o caminho percorrido pelas amêndoas de cacau que produzem e já comeram o chocolate do cacau que é produzido por eles?

Parabéns para aqueles que já conseguiram efetuar algumas dessas práticas e melhor ainda se já mapearam o processo produtivo da árvore ao chocolate, comunicam de forma verdadeira e personalizada aos consumidores intermediários e finais.

Para aqueles que já realizam esse tipo de comunicação, ela ocorre de que forma? Utilizam-se da internet através das mídias sociais, blogs, redes sociais, vídeos, comunidades, etc? Comunicam as informações no idioma inglês?

Mas qual o motivo dos devaneios sobre qual a história do seu chocolate?

Ao assistir documentários como O Lado Negro do Chocolate e Semisweet: life in chocolate, refleti sobre o quanto os produtores de cacau e os chocolateiros brasileiros poderiam adotar estratégias mais ousadas para a inserção e ampliação da participação nos mercados globais…

Se o Brasil possui competências técnicas de pesquisa, produção, capacidade de escala, diferenciais de qualidade, fatores culturais, socioambientais favoráveis nas perspectivas da sustentabilidade da cadeia de valor, por que ainda adota estratégias “tímidas” e convencionais nas parcerias comerciais?

Por que não poderíamos ter um produto chocolate brasileiro orgânico consumido por estrelas de Hollywood? Ou incluído na dieta dos astronautas da Nasa?

Se você acredita que se tratam de estratégias malucas não se engane… tem gente nesse Mundo que não é brasileiro nem africano, que não produz um pé de cacau e talvez nunca tenha pisado numa área produtiva, mas que dominam informações técnicas sobre cacau, chocolates, saudabilidade e ganham muito dinheiro no mundo real…produzem, comercializam não somente chocolates, mas agregam valor com histórias, conceitos de vida, bem estar, entre outros ativos intangíveis ao produto.

Portanto, acredito que não é tempo perdido refletirmos sobre como nós brasileiros poderíamos traduzir a nossa criatividade, empreendedorismo de ação, sensibilidade e história do cacau para os consumidores do Mundo…A internet está aí para isso…experimente “googar” termos como: chocolate and healthiness, cocoa and healthiness, entre outros, e exercitar a mente sobre as possíveis estratégias que possam ser revistas e adaptadas à nossa realidade (afinal na vida quase nada se cria…mas se reinventa…), com o ato de reaprender a sonhar com coisas que pareciam impossíveis, mas tem se tornado realidade no mercado do cacau e chocolates.

Mas se você achou que tudo que foi discutido não passa de devaneios e está distante da nossa realidade e do cenário de crise, reflita, por exemplo, sobre o crescimento dos empórios de grãos com produtos cada vez mais exóticos e de origens globais que prometem melhorar nosso humor, corpo, beleza, longevidade, etc; que pulverizaram-se em todo o país; sobre as estratégias de comunicação difundidas nas mídias de massa, como a televisão, sobre os produtos saudáveis associados a novas proposições de estilos de vida e novas formas de consumo…Será que realmente não existe uma mobilização e mudança nos mercados consumidores, com o impulso de movimento relacionados a politização do consumo?

Você tem adotado práticas diferentes nos últimos anos com relação ao hábito de consumir alimentos? Por quais motivações? Em algum momento de decisão de compra dos alimentos já não buscou ou se surpreendeu (de forma positiva ou negativa) diante de informações sobre a origem, confiabilidade, segurança alimentar, aspectos relacionados à mão de obra, meio ambiente e saudabilidade? De que modo as informações que obteve nessa busca influenciaram a sua decisão de compra e a sensibilidade, disponibilidade para o pagamento de prêmio (preços diferenciados)?

Enfim, verificamos que as tendências na produção, comercialização e consumo dos alimentos ultrapassaram as convenções estabelecidas pelos selos e certificações socioambientais, que mantém certa importância, mas tendem a não substituir as relações de confiança, comunicação e transparência na conduta das organizações e atores da cadeia de valor do cacau e chocolates.

E vai uma dica, se for contar a história do seu cacau e chocolate para o Mundo não se esqueça da diferença essencial entre as “estórias” e “histórias”, pois existem movimentos de consumidores que se dedicam a desvendarem a veracidade e a confiabilidade das informações divulgadas…

O texto expressa exclusivamente a opinião do colunista e é de responsabilidade do autor

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