A produção brasileira de cacau recuperou-se da queda em 2013 e se aproximou novamente aos resultados recordes de 2012 ao contabilizar um total de 218.472 t, 12,5% acima do ano anterior. A Bahia registrou um aumento de 8,9% para o total de 158.740 t e a produção dos outros estados aumentou 23,2% para 59.732 t.
O impacto benéfico do aumento da produção foi multiplicado pela alta dos preços. O preço médio no mercado do produtor em 2014 foi de R$106,03 por arroba, 32,5% acima dos R$80,04 em 2013. Com isso, a receita dos produtores de cacau no Brasil cresceu 48,9% para estimados R$1,544 bilhão, dividido entre R$1,132 bilhão aos cacauicultores da Bahia e R$412 milhões a seus confrades produtores nos outros estados.
Mantendo-se a série dos cálculos comparativos a partir do ano-base de 2002, que foi o primeiro em que a produção de cacau no Brasil teve um retorno econômico razoável depois da crise nos anos ’90 do século passado, a receita nominal de 2014, sem correções, alcançou quase o dobro da apurada em 2002. Graças a este aumento imenso, o valor da receita corrigida pelo índice IGP-Di chegou perto a conseguir recuperar-se para o nível do ano-base de 2002. O quadro se torna bem menos favorável, quando a comparação é feita como valor do Salário Mínimo, que reflete o custo da mão de obra, representativa da maior parte do custo da produção. Corrigida por este parâmetro, a receita do produtor em 2014 mal passou da metade do valor equivalente apurado12 anos atrás.
O principal fator que levou à elevação dos preços foi a alta das cotações nas bolsas. Sua média anual subiu 25,6%, de US$2.439,08/t para US$ 3.073,76. Também contribuiu muito a valorização do dólar, cuja taxa cambial média do ano avançou 9%, passando de R$2,159/US$1,00 para R$2,354. Com informações de Thomas Hartmann.