Agronegócio: 2015 será de fortes emoções para exportadores

Os cenários mais prováveis projetados por analistas e consultores sugerem menor contribuição do agronegócio para a balança comercial brasileira. Indica queda ou estagnação das exportações do setor, com retração nos preços médios. Qualquer frustração nas safras poderá levar os números mais para baixo. A volatilidade será a regra para 2015. Se de um lado o quadro macroeconômico sugere elevação de juros no mercado, com reflexos negativos nos preços das commodities, de outro o agronegócio, já naturalmente sujeito a incertezas climáticas, passa a ficar cada vez mais exposto a eventos extremos nessa área.

Os produtores e exportadores devem estar preparados para fortes emoções. Os preços em dólares dos grãos e do açúcar deverão apresentar tendência algo decrescente. Para o açúcar, os analistas acreditam que ocorrerá uma elevação das cotações, no segundo semestre. Para as carnes, as perspectivas permanecem positivas. Para a celulose a projeção não é tão boa, diante da expectativa de excedente de oferta, principalmente diante do baixo desempenho econômico da economia europeia.

Também acreditam que o complexo soja deverá embarcar algo próximo a 63 milhões de toneladas para o exterior. A soja em grão responderá por 48 milhões de toneladas, diante de 46 milhões para 2014. Em volume, o crescimento esperado será em torno de 5% uma vez que a demanda mundial continua aquecida. Mas a colheita de uma safra histórica nos Estados Unidos, superior a 107 milhões de toneladas, repôs os estoques mundiais, pressionando os preços para baixo. Mas, os analistas aguardam uma grande queda nas cotações do grão, do óleo e do farelo de soja, acreditam, em níveis muito baixos. Estão calibrando suas projeções para as exportações no próximo ano em torno de US$ 23 bilhões, queda de quase 25% em relação a 2014, e o valor da soja mais baixo em cinco anos.

 

Montanha russa aguarda a carne bovina brasileira

 

Uma montanha russa é a melhor imagem para ilustrar o mercado de exportação da carne bovina brasileira. A expectativa é de crescimento de até 10%, em 2015, sobre os valores de 2014. Mas, qualquer número dependerá da situação da Rússia. Em um prazo de seis anos, o horizonte se mostra ainda mais animador: estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estima que, até 2020, a carne brasileira suprirá 44,5% do mercado mundial. Essas estimativas indicam que o Brasil se firmará ainda mais na posição de líder em embarques mundiais da carne bovina.

 

Os índices estão em sintonia com as projeções divulgadas por entidades representativas do setor, referentes a 2014. As exportações de carne bovina estão estimadas em 1,58 milhões de toneladas, resultado 4,4% superior ao do ano anterior. O faturamento previsto é de aproximadamente US$ 7,28 bilhões, montante inferior à previsão do início do ano, que chegaríamos a US$ 8 bilhões. Mesmo assim, o resultado é recorde e representa um crescimento de 8,6% na comparação com os US$ 6,7 bilhões arrecadados em 2013.

 

Má notícia para o pão do dia a dia

 

O Brasil importará 7 milhões de toneladas de trigo nesta safra. A queda de qualidade do produto nacional nas lavouras do Rio Grande do Sul, devido a problemas climáticos, pode ter comprometido entre 30% e 60% da produção. Mais trigo importado costuma ser igual a pão e macarrão mais caro. Mais uma nuvem negra para os céus nada estrelados de 2015.

 

E a beterraba virou sangue

 

Pode parecer estranho, mas os cientistas suecos estão produzindo sangue a partir da beterraba. Descobriram que a proteína contida na beterraba-sacarina poderia ser usada como um substituto do sangue, segundo artigo publicado na Plant & Cell Physiology. Um resultado que pode revolucionar o mercado do sangue e derivados mundial.

 

O tomate é o culpado

 

Houve época em que o tomate foi responsabilizado pela alta da inflação. Em 2015, provavelmente ele retornará como vilão da economia nacional. A estiagem fez estragos nas lavouras da região de Montes Claros, em Minas Gerais. Não foi possível irrigar a plantação de maneira adequada e o resultado tem sido a quebra de quase metade da produção. E o preço promete "uma tomatada no bolso". Fonte: Campo Grande News

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