Entender o que existe de real sobre a reestruturação da CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) foi o objetivo das reuniões que o deputado estadual Eduardo Salles participou em Brasília nesta quarta-feira (2).
A primeira parada do dia foi na CNA (Confederação Nacional da Agricultura) para audiência com o presidente, João Martins.
“A ministra Kátia Abreu quer enxugar a máquina, mas não acabar com a CEPLAC”, declarou o presidente da CNA. Martins explicou que não há nenhuma proposta oficial de extinção do órgão.
À tarde, junto à senadora Lidice da Mata e os deputados federais Davidson Magalhães, Bebeto Galvão, Daniel Almeida e Roberto Brito, o deputado estadual Eduardo Salles, a convite deles, também participou de audiência previamente marcada com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
Durante a audiência, todos os representantes da Bahia tentaram sensibilizar a ministra sobre a importância da CEPLAC como instituição de desenvolvimento regional e nas ações de pesquisa, assistência técnica e busca pela diversificação e agroindustrialização da região.
A ministra assumiu que realmente está sendo estudada uma reestruturação da CEPLAC, mas também da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da própria estrutura do Ministério da Agricultura.
Abreu ressaltou que no caso da CEPLAC o objetivo é enxugar a estrutura, vender patrimônio, anexar a uma diretoria e modernizar a instituição.
“Todos os parlamentares presentes argumentaram que ninguém é contra esse processo de modernização, desde que seja discutido com os representantes políticos da região, lideranças de funcionários e da sociedade civil”, declarou Eduardo Salles.
“Não tenho nada contra o enxugamento e à racionalização dos custos. Estamos aqui é para entender, afinal, qual a proposta da ministra em relação à CEPLAC e também solicitar que nós, parlamentares, que fomos eleitos com votos da região, possamos ser ouvidos nas discussões, ao invés de recebermos somente a decisão”, disse o deputado estadual.
Segundo o deputado, a CEPLAC tem um papel importante também porque promove a diversificação e agroindustrialização. Hoje já existem 30 marcas de chocolates finos produzidos na região.
“O sul da Bahia já é a maior produtor de graviola do Brasil. Além disso, o órgão é fundamental na pesquisa de mudas resistentes à Vassoura de Bruxa e à fiscalização para evitar a entrada da monilíase”, alertou Eduardo Salles.
O deputado estadual é contrário à proposta de transformar a CEPLAC em coordenação e ligada à Secretaria do Produtor Rural e Corporativismo. “Espero que o órgão siga vinculado à Secretaria-Executiva do Ministério da Agricultura com autonomia, porém, ligada mais intimamente ao Ministério”, disse o parlamentar.
Ao final da audiência a ministra se comprometeu a convidar os parlamentares presentes para debater numa reunião a apresentação do projeto de reestruturação.
Eduardo Salles aproveitou a estadia em Brasília para solicitar o apoio dos demais senadores baianos, Otto Alencar e Walter Pinheiro, que se comprometeram a ir contra qualquer ação possa atrapalhar a autonomia da CEPLAC.
O deputado finalizou afirmando que os baianos não permitirão que nada de mal aconteça a CEPLAC e a região. Fonte: Ascom