Faculdade de Ilhéus inicia pós-graduação de Negócios em Cacau e Chocolate

A Faculdade de Ilhéus iniciou, no último final de semana, a primeira edição do curso de pós-graduação em Gestão de Negócios em Cacau e Chocolate. A aula inaugural, ocorrida na sexta-feira, foi proferida pela professora Marita Moura, sobre História do Cacau e Chocolate. Participaram do ato de abertura do curso, o diretor-geral da instituição, Almir Milanesi, a diretora acadêmica, Sandra Milanesi, a coordenadora do curso, engenheira de alimentos Ana Prudência Magnavita Sampaio, o presidente do Instituto Cabruca, Durval Libânio, e o coordenador da Escola Chocolate da Floresta, Elomar Seixas.

A primeira turma é composta por cacauicultores, produtores de chocolate, profissionais da área de nutrição, entre outros. O professor Almir Milanesi destacou o esforço da Faculdade de Ilhéus em apostar nessa área de conhecimento, pelo fato de a região Sul da Bahia estar em um processo ascendente na produção de chocolate. Vale salientar que este é o segundo curso de pós-graduação nessa área existente no Brasil. Atualmente, existe um similar na Castelli, em Canela, no Rio Grande do Sul, também em nível de especialização.

Para Durval Libânio, presidente do Instituto Cabruca, “a pós-graduação Negócios em Cacau e Chocolate tem como objetivo formar pessoas capazes de empreender nesta cadeia de valor, que representa 12 bilhões de reais por ano no Brasil, único país no mundo que agrega toda a cadeia do cacau, da produção ao consumo de chocolate. E este fato traz vantagens competitivas em relação a outros países, fazendo com que o Brasil venha a se tornar referência mundial em produtos a base de cacau.”

O primeiro módulo de aulas contou também com a disciplina Cadeia Produtiva do Cacau e Chocolate no Brasil, ministrada pelo professor colaborador Durval Libânio. Na abertura, houve uma degustação de derivados do cacau, a exemplo de suco e chá de película de cacau, e fondue de chocolate à base de frutas. O próximo módulo ocorrerá nos dias 29 e 30 de abril e primeiro de maio.

Opiniões – Aluna da pós-graduação, a empresária Marcela Monteiro de Carvalho, que produz a marca Cacau do Céu, afirma que é “uma oportunidade fantástica para a região porque, agora, a gente não precisa mais sair daqui. O Curso está aqui. Pra gente que é da área, que é do ramo e quer se aperfeiçoar é uma economia de custos, é uma formação. Daqui vão sair futuros chocolateiros que, espera-se, vão incrementar o mercado.”.

Para ela, “o cacau é uma commodity, que dava dinheiro no pé. Então, não existia esse pensamento de diversificação. Você vendia o cacau e as famílias eram muito bem mantidas. Com a crise, a gente viu a necessidade de diversificar e ver no cacau uma opção mais rentável, porque o chocolate – que é o final do cacau – é a opção mais rentável no momento.”.

Na opinião do empresário Otoniel Costa, “o cacau em si passa por um momento muito importante. A expectativa é de que haverá uma procura muito grande e uma escassez de cacau até o ano 2020. Com a entrada da China e da Índia, aumentando o consumo per capita, nós devemos chegar a 2020 com escassez de cacau. Aliado a isso, existe hoje, um mercado muito promissor de chocolate fino. Então, o que a gente está querendo aqui é procurar entender como isso funciona, e nós, produtores de cacau, como devemos fazer para agregar valores ao nosso produto.”.

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