As compras da safra temporã que normalmente abrem a partir do início de abril estão praticamente paradas, reportou a agência Reuters. Apenas sete dos mais de 100 compradores licenciados haviam começado a comprar e abriram suas instalações de beneficiamento do cacau até a semana passada e mais de 80% dos exportadores suspenderam suas compras.
A seca prolongada dos meses anteriores causou a deterioração da qualidade do cacau que vem sendo colhido, com amêndoas muito miúdas e níveis elevados de acidez (FFA), que chega a 3,5% em vez dos 1.75% normais, tornando o produto impróprio para a exportação.
O cacau nessas condições normalmente é absorvido pela indústria processadora local, mas esta também está em grande parte afastada das compras devido à má qualidade, no aguardo de uma possível melhoria das condições nos meses finais da temporada.
Além dos problemas de qualidade, a produção da safra temporã também deverá sofrer uma quebra acentuada. Estimativas de comerciantes preveem 380–390 mil toneladas, comparadas com 502 mil toneladas na temporada do ano passado.