A 1ª Cacautech, feira de negócios do cacau e chocolate realizada entre a última sexta-feira (19/8) e domingo (21/8) em Medicilândia, no sudoeste do Pará, reuniu cerca de 2.000 visitantes e 18 expositores, entre eles produtores de chocolate fino e fabricantes de equipamentos agrícolas. Durante o evento, que aconteceu em um espaço de 2.000 metros quadrados à beira da rodovia Transamazônica, a 90 quilômetros de Altamira, foram fechados negócios da ordem de R$ 900 mil na venda de maquinário e R$ 700 mil na comercialização de amêndoas especiais.
“A procura por cacau de qualidade vem crescendo, graças ao aumento da demanda por chocolate gourmet, o que refletiu positivamente nas rodadas de negócios da feira”, diz Bruno Tomaz do Couto Moraes, diretor de marketing da empresa Alimento Seguro, organizadora da Cacautech. “Os equipamentos de irrigação também atraíram muito interesse porque a região passou por uma forte estiagem este ano e os agricultores decidiram investir mais em tecnologia”, complementa.
Para Luisa Abram, proprietária da marca de mesmo nome de chocolate artesanal, de São Paulo, que esteve presente na feira, a Cacautech representou uma oportunidade de conhecer novos produtores de cacau gourmet. “As amêndoas do Pará têm um sabor especial, com notas florais”, diz. “Pretendo comprar mais sementes dos agricultores da região”.
A cidade de Medicilândia, criada na década de 70 por meio de um programa federal para incentivar a agricultora na Amazônia, produz hoje quase a metade do cacau do Pará. Segundo a Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Caucaueira), este ano os agricultores da região devem colher 51 mil toneladas de amêndoas – em todo o Pará, a produção deve chegar a 115 mil toneladas. Na safra 2015/2016,o país produziu 210 mil toneladas de cacau. “Características como a alta fertilidade do solo e o clima favorecem a cultura do cacau na região”, diz Fernando Mendes, chefe do centro de pesquisa do cacau da Ceplac no Pará. “O Estado vem se firmando cada vez mais como um grande produtor de cacau, ao lado da Bahia”, afirma. Fonte: Globo Rural