Em Ilhéus, estudantes de pós-graduação produzem chocolate em barra

O professor Pedro Pio Campregher Augusto, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) de São Paulo, ministrou mais um módulo de aulas para a primeira turma do curso de pós-graduação em Gestão de Negócios em Cacau e Chocolate da Faculdade de Ilhéus. Desta vez, realizou aula prática no laboratório da Escola Chocolate da Floresta, instalado na sede de Instituto Cabruca, na Avenida 2 de Julho. A próxima turma dessa pós-graduação terá início em fevereiro de 2017.

Campregher foi auxiliado pelos técnicos de Alimentos, Weslem Martins e Walesson Reis, funcionários do Instituto Cabruca, formados pelo Instituto de Ciência e Tecnologia Baiano, campus de Uruçuca. “Na verdade, fizemos aqui uma aplicação de tudo aquilo tratado na teoria. Basicamente, experimentamos três formulações diferentes de chocolate, no mesmo equipamento, no mesmo sistema de produção, e depois comparamos algumas características como tempo de produção, tamanho das partículas, características de sabor, de textura. Foi um curso bastante interativo, porque os alunos fizeram a maior parte de todas as atividades”, disse o professor.

O grupo foi dividido em três turmas. A turma A produziu barras de chocolate com 51% de cacau e 14% de leite; a turma B produziu barras com 65% de cacau e 7% de leite; e a turma C produziu chocolate com 70% de cacau em pó. Após a confecção e embalagem, os produtos foram distribuídos entre os estudantes para degustação.

“Eu achei uma turma bem plural, porque tem pessoas de diversas vivências, mas a maior parte ainda é de pessoas que já têm contato com cacau, especialmente, as etapas de pré-processamento, que são aquelas etapas feitas na fazenda. De maneira geral, se mostraram muito interessados nessa parte que eu trouxe para o curso que é produção de chocolate, a partir desse cacau, dessas amêndoas de cacau que eles já conheciam o processamento”, explicou Pedro Pio.

A inciativa da Faculdade de Ilhéus em criar de um curso de chocolataria é justamente trazer informações técnicas, de negócios e de mercado para um público que tem muito potencial, mas ainda não tem a vivência, experiência e o conhecimento para produzir o chocolate de altíssima qualidade que pode produzir. “A contribuição desse curso é principalmente em expandir os horizontes dos cacauicultores, do público relacionado à produção chocolateira e cacaueira da região, em termos de tecnologia, em termos de mercado, especialmente, para assim poderem produzir chocolate de qualidade cada vez melhor e elevar o conceito do chocolate brasileiro no mercado internacional”, acrescentou.

O aluno do curso Joabson Barbosa Lima, funcionário do Tribunal de Justiça da Bahia, lotado em Itabuna, conta que a sua história com o cacau vem desde a época de seu avô. “Mas minha área de formação é em Direito, sou funcionário público concursado, e ultimamente me apaixonei pelo cacau, pela origem familiar, por gostar da natureza. Temos fazendas de cacau, que passaram para o meu pai e a gente organiza, toma conta, planta, cuida da lavoura e desenvolve novas tecnologias relacionadas ao cacau”, informou.

Ele comenta porque decidiu participar da pós-graduação. “Esse curso vem para agregar valores, trazer mais conhecimentos à cultura do cacau, para inovar, e abrir um pouco a mente da gente, inclusive, de ser um transmissor desse conhecimento para aquelas pessoas que estão mais fechadas às novas tecnologias. Esse curso tem essa importância, trazer para essas pessoas as novas tendências de mercado, as tecnologias, novas formas de cultivo, de fermentação, todo esse cuidado que tem que ter com o cacau até chegar ao chocolate”, explicou.

Filha de cacauicultores, Fabyana Bomfim Silva de Quintela cresceu numa fazenda de cacau até os sete anos de idade. Hoje, é Enfermeira, pós-graduada em Emergência e em Saúde Pública, Psicanalista Clínica, mas já fez um curso de Técnicas Agrícolas em Cacauicultura, pelo Pro Fenar. A aluna da pós-graduação em Gestão de Negócios em Cacau e Chocolate pela Faculdade de Ilhéus, afirma: “O curso tem me ajudado muito, principalmente a me empolgar e dar continuidade a minha pretensão, que é ao lado da minha família, criar o nosso próprio chocolate. Até porque a gente está aprendendo a fabricar o chocolate de qualidade, a gente ainda está em fase de aprendizagem.”. Sobre a aula prática com o professor Pedro Pio, Fabyana diz: “foi excelente. Ele tem uma energia muito boa, todos ficamos muito felizes com a aula dele, porque além de ser muito simpático, é muito competente. Não tivemos uma pergunta sem resposta.”, concluiu

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