Parece que foi ontem que o termo bean to bar chegou ao Brasil. A produção artesanal de chocolate – da amêndoa à barra – com cacau de origem nacional é nova por aqui, mas cresce muito rapidamente. O cenário não para de mudar, com cada vez mais marcas e chocolates cada vez melhores, alguns já premiados no exterior.
A principal competição do mercado nacional, o prêmio Bean to Bar Brasil, chegou à terceira edição. Os resultados da prova deste ano foram divulgados na noite de sexta-feira (17) no encerramento da 2ª Bean to Bar Chocolate Week, evento dedicado ao chocolate realizado nesta semana em São Paulo.
E apesar do aumento no números de competidores, houve repeteco no pódio este ano. Levaram as duas medalhas de ouro nas duas categorias do evento, chocolate amargo e ao leite, as mesmas chocolateiras que conquistaram o ouro no ano passado: Arcelia Gallardo da Mission, pela sua barra 70% cacau da Fazenda Camboa, e Gislaine Gallette da Gallette, pela sua 54% cacau Pará-Parazinho.
Foram avaliadas às cegas 57 barras de chocolate de 32 marcas, divididas nas categorias. A prova foi realizada na manhã da quarta-feira (15) com a participação de um grupo de 45 jurados, entre eles os próprios produtores de barras e especialistas convidados, incluindo 12 estrangeiros, como a francesa Chloe Doutre Roussel, especialista em cacau e chocolate e tradicionalmente avessa a competições.
No total foram premiadas 13 barras. Entre os amargos, quem levou a medalha de prata foi a Negro Doce, de Caxias do Sul (RS). Já o bronze foi dividido entre Casa Lasevisius (SP), Cacau do Céu (BA), Mestiço (SP/BA), Andrei Martinez (RS) e Luisa Abram (SP).
Entre as barras ao leite, não houve pontuação suficiente para a medalha de prata, mas três marcas dividiram o bronze: a baiana Baianí, da produtora Juliana Aquino, organizadora da Bean to Bar Week; a Moselle de Santa Catarina e a paulista Priscila França.
Além do júri oficial, a organizadora da premiação Zélia Frangioni distribuíu 160 envelopes com amostras das barras para o público geral, os consumidores, que registraram suas notas e avaliações em um site. As barras que levaram as maiores notas ganharam o selo “Escolha do Público”, e para surpresa quem levou ambos os prêmios – amargo e ao leite – foram as barras de Gislaine, da Gallette, que também levou a medalha de ouro. “Isso mostra uma coisa legal, que o paladar do público não esta tão distante e diferente dos jurados profissionais”, comemorou Zélia.
Fonte: Paladar Estadão