Produtores de cacau, parceiros e representantes do chocolate paraense estiveram entre os 170 expositores da 11ª edição do Chocolat Bahia – Festival Internacional do Chocolate e Cacau, no Centro de Convenções de Ilhéus, de 18 a 21 deste mês. A ida da equipe foi articulada com apoio institucional do Governo do Pará. A intenção da participação foi a de conhecer novas experiências do setor a fim de superar a lógica de exportar o cacau in natura para agregar valor à produção local.
Entre os expositores paraenses, há agricultores como Élido Trevisan, um dos pioneiros no plantio de cacau na Transamazônica, ainda na década de 1970, precisamente em Medicilândia que atualmente detém o título de município nacional campeão na produção das tão cobiçadas amêndoas, mas ele próprio enfatiza que o cacau não é só a amêndoa.
“Tem tantas outras coisas que podem ser feitas, a minha esposa começou a desenvolver um trabalho aproveitando a polpa fazendo geleias, doces e licores a partir do mel do cacau e esse trabalho criou respeito, e hoje, ela fornece os produtos para todas da Cacaway’’, contou Élido, orgulhoso.
Um detalhe. Por trás do nome estrangeiro “Cacaway”, existe a Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica (Coopatrans), uma das primeiras indústrias de chocolate tipicamente paraense com sede também em Medicilândia. A Cacaway também integra a comitiva paraense em Ilhéus. “O nome em inglês Cacauway é inspirado na rodovia Transamazônica, e numa tradução livre, significa “Caminho do Cacau”, contou Fernando Mariano, representante comercial da marca.
De olho em novas experiências e nas megatendências de um mercado globalizado, competitivo e rentável, a turma do Pará participou de visitas técnicas às fazendas e empresas cacaueiras em Ihéus, numa programação intensa iniciada em 16 deste mês, antes mesmo da abertura oficial do festival baiano. Assim como seu Élido, todos querem crescer em qualidade e na diversificação de produtos.
“Fiquei impressionado com a organização e as inovações que eles têm, por outro lado também senti que tem coisas que a gente está na frente, como na produtividade. Aqui, as coisas são muito mais antigas nas fazendas e é mais difícil de transformar, e nós no Pará vamos fazendo e aproveitando as modernidades que aparecem’’, observou Élido Trevisan.
A participação da missão do Governo do Pará no evento baiano quer também dar visibilidade ao VI Festival Chocolat Amazônia 2019 e o Flor Pará, que a Gestão Helder Barbalho realizará de 19 a 22 de setembro, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.
A realização desse trabalho de articulação e estímulo ao setor produtivo é das secretarias estaduais de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (Sedap), e de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), em parceria com as secretarias de Turismo (Setur), Cultura (Secult); Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) e Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec). Texto e Fotos: Ascom/Sedeme.