Tudo o que precisa saber para ser um agroempreendedor

Setor tem cadeia produtiva ampla e que não para de crescer e gerar oportunidades

A pandemia do novo coronavírus trouxe consequências problemáticas para a economia brasileira. São diversos os setores que sofreram com as restrições no período e viram parte dos seus estabelecimentos fechar as portas, como o comércio e o turismo. No meio desse mar de problemas, um setor virou destaque por não só passar ileso ao período como ver a produção e o faturamento crescer durante 2020. O agronegócio remou contra a maré e viu o Produto Interno Bruto (PIB) do setor crescer 9% em um ano em que a demanda interna por alimentos aumentou e a exportação disparou por conta da limitação de outros países na produção.

O crescimento é resultado de características muito particulares de um setor, que é complexo e tem uma cadeia produtiva ampla, na qual existem diversas oportunidades. Prova disso é o panorama de 2020 descrito por Humberto Miranda, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb): “Nós não paramos de produzir e ainda conseguimos ajudar a Bahia na geração de emprego. O agronegócio mostrou-se resiliente, mesmo em ambiente adverso, não parou e conseguiu abastecer as gôndolas dos supermercados, mostrando sua importância”, relata.

Produção alta e geração de emprego

No ano passado, houve um crescimento de 15% na produção agrícola do estado. O volume exportado pelo agronegócio baiano cresceu 14,5% até o mês de novembro. De acordo com Miro Conceição, agrônomo e professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), o bom momento no setor pode fomentar formas de renda até para quem não tem um pedaço de terra. “Do dinheiro que o agronegócio movimenta, mais ou menos, 10% fica com o produtor rural, o dono da terra. Com a demanda de industrialização e o processamento dos produtos, são diversas as oportunidades geradas em apenas um produto. Por isso, existem empresas que, por exemplo, trabalham com a industrialização da batata, que chega natural e vai para os mercados já cortada e pronta pra fritar”, explica.

A atividade citada por Conceição é apenas um exemplo dos diversos serviços que faturam na área que os especialistas chamam de pós-porteira da cadeia produtiva do agronegócio. Assim como o professor, Adriana Moura, coordenadora de agronegócios do Sebrae Bahia, acredita que as atividades de industrialização e processamento dos produtos do agro são ótimas apostas. “O agro, que investe cada vez mais em tecnologia e tem visto o resultado disso em um crescimento contínuo do setor, é uma cadeia produtiva ampla, que gera oportunidades de emprego e renda em cada parte dela. Após deixar o produto pronto, existem múltiplos serviços como beneficiamento do grão do café ou mesmo a produção de laticínios, que podem ser realizados ainda por quem é dono da fazenda ou alguém de fora da porteira”, informa.

Perspectiva de um 2021 produtivo

Para quem já pensa com carinho na possibilidade de procurar emprego ou mesmo empreender na área, as previsões dos especialistas são animadoras. Isso é o que garante o presidente da Faeb, que se compromete a trabalhar para que as expectativas se tornem realidade. “As perspectivas são boas, de um ano promissor. Para a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o PIB do agronegócio terá um crescimento de 3% em 2021. Ou seja, de R$ 1,8 trilhão. Nós continuaremos na defesa do produtor rural, trabalhando para evitar a elevação dos custos de produção da atividade agropecuária”.

A previsão positiva é compartilhada até pelos setores que foram mais comprometidos pela pandemia, como a indústria têxtil, que depende de produtos como o algodão. Para o presidente da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, 2021 pode reservar bons ventos para a cadeia produtiva do algodão. “A perspectiva é boa porque a previsão é de um clima bom, que aliado a tecnologia gera produtividade. Houve um recuo no consumo do algodão em 2020 pela parada da indústria têxtil. Mas, a partir de agosto e setembro, aconteceu uma retomada. E a retomada foi mundial, o que faz surgir a demanda de que sentimos falta. Só a indústria nacional deve consumir 700 mil toneladas, que é o normal e gera emprego e renda”, prevê.

BOX COM DICAS PARA EMPREENDER NO AGRO

1 – Estude a cadeia produtiva do agro na sua cidade ou região para identificar qual produto processado tem mais mercado e/ou é mais atrativo para empreender.

2 – Invista não só em uma empresa, mas em cursos preparatórios que possam te dar o conhecimento necessário para potencializar o seu negócio.

3 – Construa uma rede sólida de contatos e logística entre os fornecedores da matéria prima que você vai necessitar e os clientes que vão obter os seus produtos. Isso vai facilitar o escoamento da sua produção e garantir o seu lucro.

Fonte: JORNAL CORREIO *Com orientação da subeditora Monique Lôbo

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