De chocolate a aguardente: produtor de cacau de Linhares aposta na bebida para aproveitar ao máximo

As garrafas são vendidas por R$ 210 cada e podem ser encontradas, por exemplo, em supermercados de Linhares.

Linhares é o maior produtor de cacau do Espírito Santo. São extraídas anualmente, no município, mais de 8 mil toneladas de amêndoas da fruta – famosa por dar origem ao chocolate. A fabricação da iguaria é o principal destino da produção. Mas tem agricultor por lá descobrindo novas possibilidades. Você sabia que dá pra fazer aguardente de cacau?

Aproveitar ao máximo a fruta e reduzir o descarte de resíduos da produção da família da esposa, em Linhares, foi o desafio que Alexandre Carvalho Scampini recebeu. Ná época, ele – que é engenheiro de tecnologia da informação – já fazia destilados em casa, como passatempo. E foi assim que surgiu a ideia de produzir aguardente de cacau.

Na internet, no entanto, Alexandre encontrou apenas informações sobre o processo de fermentação de amêndoas para a produção de chocolate. “Não se sabia nada de fermentação de cacau para a produção de destilados. Então eu tive que pesquisar sobre as leveduras. E a primeira destilação teste que eu fiz deu certo!”, conta o engenheiro.

Segundo Alexandre, o processo espalha aromas agradáveis de chocolate e champanhe. Já foram produzidos 2 mil litros de aguardente de cacau na propriedade, em parceria com uma destilaria do município. As garrafas são vendidas por R$ 210 cada e podem ser encontradas, por exemplo, em supermercados de Linhares.

A bebida vem fazendo sucesso, principalemente, fora do Brasil. “A gente mandou amostras para os Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Bélgica, Itália, Portugal. Mandamos também para Cingapura e Japão. O pessoal tá gostando muito então já estamos dando início ao processo para exportação da aguardente de cacau, destaca orgulhoso.

O município é reconhecido mundialmente pela qualidade de suas amêndoas. O cacau de Linhares foi o primeiro do Brasil a garantir o registro de Indicação Geográfica (IG), que reconhece reputação e características vinculadas ao local de produção. A produção movimenta 68 milhões de reais por ano no município.

Fonte: Coluna Agrobusiness do Folha Vitória

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