Com a chegada do inverno, ainda neste mês, o mercado de chocolates espera vender cerca de 29% de sua produção anual. A estação com baixas temperaturas é o segundo melhor período do ano para o setor e fica atrás apenas da Páscoa. Contudo, os consumidores devem preparar o bolso, pois o chocolate deve ter 36% de aumento nos preços, de acordo com o Sindicato das Indústrias de Cacau do Espírito Santo (Sindicacau).
O aumento se deve principalmente às altas da matéria-prima, por causa do preço do dólar, e da energia elétrica. De acordo com o diretor do sindicato, Paulo Gonçalves, apesar desse cenário econômico já estar instalado desde o início do ano, as indústrias ainda não haviam repassado os aumentos dos custos ao consumidor.
“Esses estoques ainda estão no varejo. O varejo ainda tem muita barra, muitos produtos da indústria ainda estão estocados, como ovos que sobraram, então ninguém repassou ainda. Esses produtos ainda são do período passado. Quando eles acabarem, começa a entrar produtos novos, e os preços terão de ser repassados”, explicou.
Vendas na Páscoa caíram 30%
Outro fator que fará os preços subirem foi o resultado ruim nas vendas da Páscoa, que representam 60% de todo o ano. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e derivados (Abicab), houve queda de 30% nas vendas, em comparação à Páscoa do ano passado.
As apostas do mercado para driblar a crise, de acordo com Paulo Gonçalves, serão os chocolates diferenciados, com menos gordura, leite e açúcar, já que as pessoas têm procurado produtos cada vez mais saudáveis.
“O chocolate funcional, com alto teor de cacau, e o chocolate natural. Nós estamos apostando muito nisso, em chocolates de origem, aquele que vem da fazenda ao consumidor final. Esse é o produto que está sendo procurado hoje no mundo todo”, declarou.
O diretor afirmou que os preços do chocolate no Estado, após o reajuste, deverão variar em torno de R$ 50 a R$ 125 o quilo, de acordo com o tipo de cacau utilizado. Fonte: Gazeta online