A pequena, porém organizada rosa-dos-ventos, contém trinta e dois sentidos, o que resulta em trinta e dois rumos, o nosso mercado de cacau, não tem nenhum. O modelo de mercado que temos pouco se difere do modelo da época do comércio de óleo de baleia, açúcar, e carne de boi do período pós Tupinambás, estes que detinham a posse de Taparica, quando da descoberta do Brasil, que se transformou em Itaparica, com Caramuru, e que continua a mesma coisa até hoje. Tenho observado reclamações mais contundentes por parte de produtores de cacau com relação à importação das amêndoas, e me pergunto, se fizeram alguma coisa para evitar e, pelo que sei, não fizeram e não farão, por absoluta orfandade. Ainda que terceiros queiram contribuir com o segmento do cacau, não terão sequer a quem se dirigir. Aqui reside o maior problema, representação. A sua ausência para o produtor e para a atividade cacaueira equivale-se a um filho desvalido. A representação tem como uma das suas finalidades tornar o interesse individual em grupal, familiar, em interesse comum, em interesse de uma determinada coletividade específica, buscando defender os interesses da classe em si e, não, da classe para si, o que só é possível através de organização para que, por meio desta, se possa perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma só pessoa, padronizando intenções e interesses, para, enfim, alcançar a categoria de classe e, através de seus representantes legalmente constituídos, estabelecer planejamentos, estratégias de participação de mercado, de rentabilidade, de posicionamento, e de competição, cujos efeitos da ausência desta última, é o que se nota na atualidade com relação as importações. A falta de acesso ao crédito – especialmente em decorrência do irresponsável Plano de Recuperação da Lavoura Cacaueira – é um exemplo real de prejuízo suportado pelo produtor, pela ausência de representação, que poderia ser sanado ou amenizado acaso houvesse sistema próprio de cooperativa de crédito, o que excluiria a dependência dos bancos oficiais, uma vez que, a relação seria direta entre a cooperativa e o produtor, tendo como garantia a própria safra que é o que ainda restou ao cacauicultor, mínima que seja. No longínquo passado a que me refiro acima, a produção e negociação do açúcar, por exemplo, era determinada pela Companhia das Índias, hoje, e sempre, a produção e negociação do cacau é determinada pelas processadoras, qual a diferença. A insistência no atual, velho modelo, não permite lamúrias e choros. Se houver esforço individual, e comprometimento, ainda há tempo.
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Favor me informar quando será a próxima feira de adoção.